quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


Professor Thiago Gorski, coordenador do Curso de Ciências Contábeis da URI-Santiago

Normas tratam de temas como o recolhimento pelo regime de estimativa e prazo decadencial da disponibilização de lucros no exterior.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) aprovou na última semana um pacote de súmulas que deve trazer maior segurança para as empresas e acabar com algumas divergências no órgão, instância superior para julgamento de recursos dos contribuintes contra atos da Receita Federal. As 20 novas súmulas analisadas pela Câmara Superior de Recursos Fiscais devem agora ser adotadas em todas as decisões do conselho.
Algumas das novas normas são destacadas por advogados. É o caso das Súmulas 82 e 84, que pacificaram o recolhimento de tributos pelo regime de estimativa. A Súmula 82 especifica o momento em que se pode cobrar pela falta de recolhimento: "após o encerramento do ano-calendário, é incabível lançamento de ofício de IRPJ ou CSLL para exigir estimativas não recolhidas", diz.
Segundo o advogado Richard Dotoli, sócio do Siqueira Castro Advogados, com a orientação, a fiscalização só pode aplicar penalidades no próprio ano. "Isso afasta as divergências que existiam lá dentro sobre aplicação de multa em anos posteriores", afirma.
Já a súmula 84 afirma que o "pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação". A discussão era sobre quando os contribuintes pagam indevidamente, por conta de erro, a maior no regime de estimativa e teriam, portanto, direito à compensação. No passado a Receita considerava, porém, que a estimativa era uma antecipação e só permitia a compensação no próximo exercício fiscal.
Dotoli explica que foram editadas instruções normativas (em 2010 e 2012) excluindo a limitação e estipulando que no caso de pagamento a maior, a compensação pode ser feita no próprio exercício. Mas ainda havia um lote de processos antigos no Carf discutindo a questão. "Com a súmula, a limitação foi afastada definitivamente para todos os casos", diz.
O Carf também pacificou um debate relacionado à contagem do prazo decadencial da disponibilização de lucros no exterior. "A fixação do termo inicial da contagem do prazo decadencial, na hipótese de lançamento sobre lucros disponibilizados no exterior, deve levar em consideração a data em que se considera ocorrida a disponibilização, e não a data do auferimento dos lucros pela empresa sediada no exterior", diz o texto da regra. Ou seja, o prazo passa a contar quando os lucros estiverem efetivamente disponíveis, e não antes, apenas com a divulgação dos balanços.
A Súmula 72 resolveu outro ponto com relação ao prazo decadencial. De acordo com o texto, caracterizada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, a contagem do prazo decadencial rege-se pelo artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Isso significa que o direito da Fazenda constituir crédito extingue-se após cinco anos, contados a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado. "Havia divergências dentro do Carf", afirma Dotoli.
Outra súmula destacada, mas que deve afetar mais diretamente pessoas físicas, é a de número 73. Segundo ela, se o contribuinte comete um erro em sua declaração que foi gerado por conta de informações indevidas repassadas pela fonte pagadora, não é devida a multa, apenas o tributo.
Dotoli ressalta que as súmulas determinam um norte para contribuintes e julgadores. "Elas dão uma segurança sobre a interpretação do Carf, para contribuintes, Receita e fiscalização. As normas uniformizam e poupam energia e tempo, inclusive da administração", diz. "Elas devem evitar surpresas na organização dos negócios", completa.
Fonte: Sindifisco Nacional/DCI

  • Menos transparência na área fiscal

Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que o governo está obrigado a compensar, por meio do aumento de receita, as desonerações tributárias que vier a fazer. Até agora, a compensação era feita com um alegado "excesso de arrecadação" e com ajustes na programação orçamentária e financeira do ano. O TCU concluiu que o artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) não permite esses dois mecanismos.
Por causa da decisão do TCU, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu, nessa terça-feira, que o Congresso Nacional incluísse na lei orçamentária de 2013 uma estimativa de perda de receita de R$ 9,796 bilhões por causa da redução de alíquotas do PIS/Cofins, que será feita no próximo ano e beneficiará setores a serem definidos. Isso significa que a previsão da arrecadação desses dois tributos em 2013 será reduzida em R$ 9,796 bilhões.
Mantega solicitou também que fosse incluída na lei orçamentária uma perda adicional de receita de R$ 800 milhões da Previdência Social, por conta da ampliação da desoneração da folha de salários. Na proposta orçamentária, enviada pelo governo em agosto, havia apenas uma previsão do impacto da desoneração da folha de salário, no valor de R$ 15,2 bilhões. Com os R$ 800 milhões, esse valor subirá para R$ 16 bilhões, que, somados aos R$ 9,796 bilhões do PIS/Cofins, totaliza uma renúncia de receita de R$ 25,796 bilhões com as desonerações em 2013.
Desonerações tornam mais difícil avaliar receitas
Para compensar essa perda, o governo elevou em R$ 6 bilhões sua estimativa para a receita com dividendos das empresas estatais no próximo ano e em R$ 4,596 bilhões a previsão para a receita de concessões e permissões de serviços públicos. Ou seja, para compensar a perda da arrecadação de três contribuições (PIS, Cofins e contribuição patronal ao INSS), ele aumentou duas receitas não tributárias, que podem ou não ocorrer.
Há várias questões a serem discutidas na compensação da desoneração tributária com o aumento da receita. A primeira delas é saber como foi estimada a renúncia da receita, se foi usado um modelo que considera o efeito positivo da diminuição dos tributos. É de fácil compreensão que muitas vezes uma queda da carga tributária aumenta as vendas do setor beneficiado e, com isso, a arrecadação sobe.
O cálculo da renúncia não é trivial, pois não é possível prever quantos contribuintes dos tributos deixarão o setor beneficiado com a desoneração durante o prazo de vigência da medida e quantos ingressarão. Além disso, o peso dos tributos é suportado mais por uns do que por outros, dentro do mesmo setor.
O nível da arrecadação de cada ano está muito mais relacionado com o ritmo da atividade econômica do que a qualquer outra coisa. Se a economia está desacelerando, nada garante que a receita de um determinado tributo continuará em expansão, mesmo que não ocorra desoneração. Portanto, é necessário, antes de mais nada, saber com qual previsão de crescimento da economia foi feita a projeção da perda com a desoneração.
A previsão de perda de receita com a desoneração é, portanto, difícil ou quase impossível de ser verificada. Ela não é um dado empírico. Em 2012, o governo diz que realizou desonerações tributárias no montante de R$ 43,4 bilhões. Esse dado consta de várias apresentações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, a empresários brasileiros e estrangeiros. Não está claro como o governo chegou a esse valor e se elas foram feitas quando o governo trabalhava com uma perspectiva de crescimento da economia de 4,5% neste ano.
De qualquer forma, é difícil acreditar que se as desonerações não tivessem sido feitas, a receita tributária do governo federal neste ano teria sido maior em R$ 43,4 bilhões. A arrecadação de tributos neste ano não foi bem, mas o fraco desempenho está muito mais relacionado com a desaceleração da economia e com a redução da lucratividade das empresas do que com as desonerações feitas pelo governo federal.
O governo estimou que a receita da Previdência Social será de R$ 314 bilhões em 2013, considerando as regras anteriores à desoneração da folha de salários. Se a arrecadação ficar abaixo desse valor, o Tesouro cobrirá a diferença, até o limite de R$ 16 bilhões, pois essa é a estimativa oficial para o custo desta desoneração.
Mas não está claro, por exemplo, o que acontecerá se a receita previdenciária superar os R$ 314 bilhões. Muitos poderão entender que não houve perda de receita com a desoneração da folha. Mas é claro que essa avaliação não considera que o crescimento da arrecadação previdenciária depende de outros fatores, como o aumento da formalização da força de trabalho.
Na verdade, não é possível prever com algum grau de precisão o impacto da troca da contribuição patronal ao INSS pela contribuição sobre o faturamento, com alíquotas de 1% ou 2%, dependendo do setor. Se o crescimento da economia for muito forte, como espera o ministro Guido Mantega, o faturamento das empresas beneficiadas com a desoneração aumentará muito, o que reduzirá a perda da Previdência Social com a mudança.
Existe outra dificuldade nessa discussão. O governo não é obrigado a prever compensação na lei orçamentária para as desonerações dos chamados impostos regulatórios, de acordo com a LRF. Nessa relação estão o Imposto sobre Importação (II), o Imposto sobre Exportação (IE), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Por isso, políticas como a de redução do IPI para automóveis ou produtos da linha branca não exigem compensação de aumento de receitas. Assim, nem todos os impactos das desonerações são identificáveis no Orçamento.
As desonerações tributárias, com a compensação exigida pelo TCU, tornam ainda menos transparentes as estatísticas das receitas e despesas do Tesouro Nacional e mais difícil de prever a execução orçamentária e financeira do próximo ano.
Fonte: Valor Econômico

  • Governo desonera folha do varejo e planeja reformar ICMS e PIS/Cofins


Em mais um pacote tributário para o próximo ano, o governo prolongou os benefícios concedidos a automóveis, eletrodomésticos, móveis e material de construção.
Também será desonerada a folha de salários do comércio varejista, a exemplo do que foi feito recentemente com o setor de construção civil, para estimular as contratações com carteira assinada.
Serão propostas ainda reformas dos três tributos cujo pagamento gera mais burocracia e dúvidas legais para as empresas: o ICMS, estadual, e os federais PIS e Cofins.
Conforme a Folha noticiou ontem, as alíquotas reduzidas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), adotadas para estimular o consumo e a economia, serão revertidas gradualmente -para alguns bens, caso de caminhões e máquinas de lavar, o incentivo será mantido por prazo indeterminado.
Para carros populares, hoje livres do imposto, a alíquota subirá para 2% no primeiro trimestre de 2013 e 3,5% no segundo. A alíquota normal, de 7%, será restabelecida a partir de julho, como na maior parte dos produtos.
Cauteloso, o ministro Guido Mantega (Fazenda) usou a palavra "deverá" ao falar do retorno das alíquotas originais no segundo semestre do próximo ano. A fraca reação do Produto Interno Bruto já levou o governo a prorrogar benefícios por diversas vezes nos últimos meses.
Para tornar mais baratas as contratações no comércio, será eliminada a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de pagamentos. Para compensar parcialmente a perda de arrecadação federal, o setor pagará 1% sobre o faturamento.
A medida entrará em vigor a partir de abril, porque a legislação impõe prazo de três meses para mudanças em contribuições sociais. Ao todo, 42 setores já aderiram ao programa oficial de desoneração da folha.
Na próxima semana, será enviada ao Congresso uma medida provisória e dois projetos para a reforma do ICMS, o imposto de maior arrecadação do país.
A cobrança do tributo será alterada para impedir a guerra fiscal entre os Estados. O governo recuou em seu propósito de implantar a nova regra em oito anos e estendeu o prazo até 2025, para atender os Estados mais pobres.
Segundo Mantega, a MP também poderá trazer as primeiras providências para a reforma do PIS e da Cofins, com o objetivo de permitir o desconto de mais insumos e matérias-primas na base de cálculo dos tributos.

Fonte: Folha de S.Paulo

  • Reintegra – Prorrogação de Prazo para Resposta de Intimações Fiscais


O Reintegra consiste na possibilidade de a pessoa jurídica produtora que efetue exportação de bens manufaturados constantes do Anexo Único ao Decreto 7.633/2011, apurar valor para fins de ressarcir parcial ou integralmente o resíduo tributário existente na sua cadeia de produção. O regime aplica-se às exportações realizadas até 31 de dezembro de 2012.
De acordo com informação veiculada pela Receita Federal alguns contribuintes têm relatado dificuldade em acessar as informações detalhadas das intimações que apontam inconsistências nos pedidos de ressarcimento de Reintegra.
Em decorrência, foi publicado o Ato Declaratório RFB 4/2012 prevendo que as intimações emitidas nos meses de outubro, novembro e dezembro têm seu prazo de atendimento prorrogado para 31 de janeiro de 2013.
A apresentação de pedido de ressarcimento retificador após a emissão da intimação será considerada como atendimento da mesma, permitindo a continuidade da análise do direito creditório, não se aplicando a prorrogação de prazo. Porém, de acordo com a legislação vigente, cabe a apresentação de novo PER retificador enquanto o pedido estiver pendente de decisão administrativa.
Ainda de acordo com a Receita Federal, foi detectada uma falha de processamento em relação à confirmação de notas fiscais. Assim, os contribuintes que receberam intimação relatando a não localização desses documentos, se, após conferência detalhada, concluírem que as informações prestadas estão corretas estão dispensados de tomar qualquer providência. Na sequência da análise do direito creditório, as notas fiscais serão confirmadas.
Fonte: Blog Guia Tributário

  • Proposta que altera Simples começa a tramitar na Câmara


A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa poderá passar por novas alterações. O presidente da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, deputado Pedro Eugênio (PT/PE), protocolou nesta quarta-feira (19), na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei Complementar nº 237/12. Entre os novos benefícios propostos está a inclusão do setor de serviços no Simples Nacional, regime simplificado de tributação.
O presidente do Sebrae, Luiz Barretto, afirma que a nova proposta irá aumentar o número de empresas que poderão usufruir de um sistema tributário unificado e, consequentemente, passarão a ter uma contribuição mais simples e rápida. “Com a inclusão de todo o setor de serviços no Supersimples, o único critério que passa a existir para as empresas optarem por esse sistema é o de faturamento. Não importa mais a natureza da atividade. Esse é um grande avanço do novo projeto”, explica. Atualmente, podem se inscrever no Simples empresas com faturamento de até R$ 3,6 milhões por ano.
Para Barretto, os donos dos pequenos negócios precisam cada vez mais ter agilidade e facilidade na gestão das suas empresas. “Temos que diminuir a burocracia, acabar com as dificuldades. O Simples é uma grande ferramenta na redução de custos e tempo. A ampliação dos setores que podem participar desse sistema ajuda a alcançar esses objetivos”.
Também estão sendo propostas novas regras para o ICMS. De acordo com o PL, os bens e serviços adquiridos, tomados, produzidos, revendidos ou prestados pela micro e pequena empresa no Simples Nacional não estarão sujeitos ao regime de substituição tributária ou ao regime de antecipação do recolhimento do imposto com encerramento de tributação. Exceto em relação a combustíveis, cigarros, águas, refrigerantes e cervejas.“Essa iniciativa pode ser uma das soluções para diminuir as despesas dos micro e pequenos empreendimentos”, afirma o presidente Luiz Barretto.
Caso seja aprovada pelo Congresso Nacional, essa será a quinta revisão da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, aprovada em 2006. Além da inclusão de novas categorias no Simples e do fim da substituição tributária, o projeto ainda prevê a redução de custos para abertura de cadastros e o estímulo às exportações e às compras governamentais.
Os microempreendedores individuais (MEI) também são foco de melhorias na legislação. Entre elas, estão previstas a vedação de cobrança de taxas indevidas, o aumento do teto no que se refere às exportações, a redução nos custos de abertura e funcionamento, as restrições à imposição de serviços privados, o cancelamento de inscrição do MEI, a emissão de alvarás de funcionamento provisório em áreas sem habite-se, a classificação de imóvel e a vedação à mudança de imóvel residencial em comercial.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias

  • Férias para descansar de verdade


No mercado de trabalho desde os 11 anos de idade, Acácio Queiroz, hoje com 64, consegue tirar férias regulares há apenas sete anos. Mesmo ocupando o cargo de CEO da Chubb Seguros do Brasil, ele não abre mão de viajar por alguns dias para "sair do furacão" e descansar.
"Comecei muito cedo e percorri uma longa carreira. A gente acaba ficando fanático por trabalhar", conta o executivo, explicando uma das razões pelas quais não aproveitava as férias. Para ele, entre os membros da sua geração, a dos "baby boomers", era comum dedicar praticamente toda a vida ao emprego. "Tive que reaprender a importância de ter mais equilíbrio na vida", diz Queiroz.
Desde que começou a tirar férias, o executivo procura descansar os 30 dias a que tem direito - ainda que divididos, caso seja necessário. "Não vendo férias", afirma. Em sua última viagem de lazer, ele passou cerca de um mês na Europa com a mulher. Para janeiro, está planejando ficar 20 dias em uma praia aqui mesmo no Brasil.
Executivos como Queiroz ainda são maioria, mas o número de profissionais que usufruem efetivamente de um período de descanso vem diminuindo. Uma pesquisa da filial brasileira da International Stress Management Association (Isma-BR) mostra que, em 2005, 28% dos executivos brasileiros não tiravam férias regularmente. O dado mais atualizado já indica uma porcentagem superior: 32%.
Emendar um projeto no outro e não fazer uma pausa, no entanto, pode ter consequências tanto para a saúde do executivo quanto para os negócios. Sem férias, o estresse aumenta e, do lado pessoal, crescem as chances de adoecimento. Nesses casos, os sintomas mais comuns, segundo pesquisas da Isma-BR, são dores musculares, de cabeça e problemas estomacais. Sem contar que a ansiedade também se intensifica e, com ela, surge a frustração, que acaba levando algumas pessoas a fazerem uso mais frequente de medicamentos e álcool.
Segundo Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR, a falta de férias aumenta o desgaste do dia a dia corporativo, diminuiu a criatividade e a produtividade, além de prejudicar a destreza mental para a tomada de decisões. "Com o acúmulo de trabalho, o executivo fica cronicamente estressado. Isso faz com que o corpo produza mais hormônios como cortisol e adrenalina, que limitam a agilidade mental", diz Ana Maria. "Às vezes, chega-se a um ponto de exaustão", afirma.
Queiroz, da Chubb, garante que, desde que começou a tirar férias regularmente, está mais equilibrado emocionalmente. Ele diz ser, hoje, uma pessoa mais compreensiva tanto no trabalho quanto na vida pessoal. "Após tirar férias, tenho condições melhores de controlar meus impulsos. Isso ajuda a sair na frente em qualquer discussão de negócio", afirma Queiroz. Na vida pessoal, ele também sentiu o impacto do descanso físico e mental. "Tenho 40 anos de casado e, agora, um pouco mais de cinco de namoro", brinca. "Quando saio de férias, é um tempo que tenho apenas para mim, minha mulher e a família."
No caso de Queiroz, não foi um marco, um problema grave de saúde, por exemplo, que lhe abriu os olhos para a necessidade de tirar férias regulares. Foi a percepção de que precisava "ser um líder mais moderno" e aprender a delegar. Para conseguir o período de descanso, o executivo teve de aceitar que outras pessoas na empresa podem fazer o seu trabalho, desde que sejam preparadas para isso. "Você vai percebendo que não é o centro do universo. Antes, eu interferia nas tarefas até da minha assistente", diz.
Ao sair de férias, Queiroz desliga o telefone celular, mas nem por isso fica incomunicável. Em sua opinião, um CEO não pode ficar totalmente "fora do ar". Assim, o executivo costuma deixar o telefone do hotel onde estará hospedado - e o de sua esposa - com a assistente. A orientação, porém, é procurá-lo apenas quando isso for realmente necessário. "Nas últimas férias, não fui incomodado", garante.
O método adotado por Queiroz é correto, segundo Ana Maria, da Isma-BR. Para ela, não são necessários 30 dias de férias para que um executivo consiga realmente descansar e "recarregar as baterias", como diz. O mais importante é se desconectar, mesmo que por poucos dias. "Se é difícil para um executivo ficar fora por um mês, ele deve tentar tirar férias curtas, mas regulares", afirma.
Um estudo da professora da PUC de Minas Gerais Betania Tanure, com mais de mil executivos das 500 maiores empresas do país, mostra que essa é mesmo a realidade da maioria dos executivos brasileiros. Entre os cerca de 70% que conseguem tirar férias regularmente, nove em cada dez nunca tiram 30 dias corridos. "Há momentos na empresa em que é mesmo difícil o profissional se afastar", diz.
Mas, segundo ela, a verdade é que muitos se acham insubstituíveis e acabam não formando uma equipe que possa tomar decisões na ausência deles. "Colocar a pressão apenas no mercado pelo fato de não poder tirar férias é terceirizar o problema", afirma Betania.
Ela diz que essa percepção de não poder se ausentar do trabalho sempre existiu, mas foi acentuada nos últimos tempos principalmente por conta da competitividade e do ritmo exacerbado das coisas. Estudos feitos pela Isma-BR e também pela professora Betania tentaram identificar as causas pelas quais os executivos não saem de férias.
Entre as maiores razões foram citados o receio de que decisões importantes sejam tomadas na ausência deles, a possibilidade de haver mudanças na empresa enquanto estão fora, a insegurança de que serão substituídos e o fato de não gostarem de tirar férias - especialmente por não saberem o que fazer com o tempo livre e por não se sentirem confortáveis com a presença mais intensa dos familiares.
"Não chega a surpreender", diz Ana Maria. De acordo com ela, o atual ritmo de trabalho leva muitas pessoas a se distanciarem de seus companheiros e filhos. Portanto, quando surge a oportunidade de passar mais tempo com eles, acabam não sabendo como agir. "Não sair de férias acaba sendo uma fuga dessa situação", analisa.
No comando da Even Construtora e Incorporadora, Carlos Terepins é mais um exemplo de presidente de empresa que consegue se desligar por alguns dias. Ele conta que, ao longo da carreira, sempre preferiu tirar férias mais curtas. Por isso, duas ou três vezes por ano pega dez dias para descansar. "A companhia é tocada perfeitamente na minha ausência", diz.
O segredo para que isso aconteça é programar as férias com antecedência e ter uma equipe de diretores capacitados para cobrir sua ausência. "Mesmo quando estou presente na empresa, os diretores já respondem cada um por sua área. Na minha ausência, seguem deliberando dessa forma e têm autonomia para decidir", afirma.

Fonte: Valor Econômico

  • Cuidados para abrir o próprio negócio


Abrir o próprio negócio é um passo muito importante na vida de qualquer pessoa, trata-se da concretização de um sonho. Justamente por isso, a atitude deve ser extremamente calculada e tomada com muito cuidado, pois pode ser irreversível e prejudicial a uma situação financeira estável. Estudar o mercado, ouvir conselhos de quem já está no ramo e respeitar as experiências na carreira são algumas atitudes que, certamente, contribuem para a evolução da empresa e a chegada dos lucros.
Por via de regra, o negócio é sempre algo muito idealizado pelos que o fazem, sejam start-ups ou os já estabelecidos no mercado. Essa idealização, no entanto, deve ser controlada para que o resultado não seja o oposto do imaginado e o sonho não se torne um pesadelo financeiro. Para iniciar um empreendimento, é preciso respeitar o lápis e o papel e fazer contas sobre o que será investido com equipamentos e pessoas, sem precipitações.
Além de calcular os custos, o empreendedor iniciante deve fazer uma investigação minuciosa sobre o ramo em que atuará - o ideal é que cerca de cinco empresários já estabelecidos sejam ouvidos. Avalie o que está em falta, abrir um negócio não é suprir a nossa necessidade, mas, sim, as deficiências do mercado! Outro ponto fundamental é o respeito a alguma afinidade ou habilidade adquirida durante a carreira profissional, fator que, com certeza, irá colaborar para o desenvolvimento da empresa.
Tão importante quanto todos esses fatores é a aceitação que a pessoa deve ter de sua nova posição no mercado, a de empreendedor. Há uma diferença brutal entre administrar a própria empresa e trabalhar com 13º salário e cumprimento de horário. Quem pretende empreender deve, previamente, compreender que, especialmente nos primeiros anos, terá de dedicar de 12 a 17 horas diárias à empresa e abrir mão de uma série de atividades por conta disso. Ter o próprio negócio exige muita dedicação e entrega afetiva, é uma escolha de vida que pode não ter volta. Por conta disso, todo cuidado é pouco na abertura de um empreendimento.
Fonte: Revista Incorporadora

  • Marketing, mais que uma estrategia de vendas


Mais que mostrar ao consumidor que ele não é feliz se não possui aquele determinado produto ou serviço, que foi a maior arma do marketing nas últimas décadas e aos poucos isso vem mudando pois está se tornando ineficiente, é fazê-lo 'vestir' a camisa da sua empresa já que o consumidor acredita muito mais no que seu amigo diz do que na propaganda propriamente dita.
Entra-se em destaque a inovação de como a informação é transmitida, que torna o cliente em potencial ou os espectadores em reprodutores do seu discurso e da sua marca. E com isso surgem bordões que caem na boca do povo, vai para o trending topics do twitter, viram febre no you tube e é compartilhado cada vez mais no facebook.
A criatividade é o segredo que está por trás desses maiores sucessos, porém é essencial observar que a propaganda deve cumprir o que diz e com qualidade, caso contrário tem efeito inverso e essa 'febre' criada para divulgar e valorizar a marca acaba ridicularizando-a.
Fonte: Administradores

  • Juro cai, mas inadimplência se mantém


Embora esteja pagando o menor juro da história — depois de nove meses consecutivos de queda, a taxa para o consumidor chegou a 34,8% ao ano — as famílias não estão dando conta de pagar as dívidas em dia. É o que indica a taxa de inadimplência das pessoas físicas, estacionada no patamar entre 7,8% e 7,9% há sete meses. Esse indicador poderá cair neste mês se muitos consumidores optarem por quitar seus débitos com o 13º salário sem incorrer em novas dívidas com as compras de Natal.
Foi essa a opção da professora Patrícia Ribeiro Santana de Oliveira. Ela contou ter separado R$ 700 referentes à primeira parcela de seu 13º salário para gastar com roupas e calçados para seus filhos, Richard, de 12 anos e Caroline de 9. “Aproveitei algumas promoções na maioria das lojas e comprei o que eles escolheram”, disse. Para ela, o melhor de tudo foi poder pagar todos os itens à vista, evitando contrair novas dívidas de longo prazo. “Paguei tudo com dinheiro mesmo”, contou.
Crédito maior
O engenheiro Eliseu Pereira também foi às compras. Ao chegar a uma loja, ele escolheu um modelador e secador de cabelo para a namorada, Elis Regina, no valor de R$ 166, que serão pagos no mês que vem em uma única parcela do cartão de crédito. “Preferi não dividir em muitas parcelas, pois isso limitaria muito o uso do cartão”, afirmou.
Diante de tantas opções e modelos de tênis, o mestre de obras Wilson Barbosa, 39 anos, conseguiu finalmente escolher qual levaria para casa. Ele contou que o valor do calçado foi retirado de uma economia de R$ 1,5 mil que havia feito para uma viagem. Para ele, os R$ 90, pagos à vista, não fariam tanta falta. “A gente trabalha muito e merece um presente de Natal, nem que seja pago por mim mesmo”, brincou.
Os dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram expansão moderada do crédito, à taxa de 1,5% no mês. A montanha de dinheiro à disposição das empresas e do público alcançou, em novembro, R$ 2,3 trilhões, o equivalente a 52,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Mesmo assim o BC optou por alterar a previsão de crescimento do crédito para o ano, que passou de 52% do PIB para 53%. A revisão foi feita, segundo o chefe do Departamento Econômico do BC (Depec), Túlio Maciel, porque o crescimento do PIB vem se mostrando abaixo do estimado. De acordo com Maciel, o crédito para veículos, que o BC via como o maior problema para a inadimplência elevada, já dá sinais claros de arrefecimento, com a taxa atual de 5,6% sendo mais baixa do que a verificada nos meses iniciais do ano.
» Novo pacote de aeroportos
A presidente Dilma Rousseff anunciará hoje a segunda etapa de medidas para aprimorar a infraestrutura dos aeroportos no Brasil. Com a privatização do Galeão (RJ) e de Confins (MG), o governo que usar o dinheiro arrecadado — cerca de R$ 15 bilhões — para estimular a aviação regional, com o intuito de promover a concorrência. TAM e Gol têm mais de 80% do mercado e vêm reajustando pesadamente as passagens aéreas, punindo os consumidores. Segundo técnicos, o governo deve ampliar a malha aeroportuária brasileira em mais de 70 terminais, especialmente em destinos turísticos. Por determinação de Dilma, os interessados em gerir os aeroportos privatizados deverão comprovar grande capacidade operacional. Ela não quer ver repetido o processo de concessão dos terminais de Brasília, Guarulhos (SP) e Campinas (SP) a empresas sem tradição.

Nenhum comentário: