Brasil quer universalizar serviço de saneamento básico até 2030
Até o fim do prazo, propõe-se
abastecimento de água potável em 98% do território nacional, 88% dos
esgotos tratados e 100% dos resíduos sólidos coletados
O Brasil quer universalizar o acesso aos serviços de saneamento
básico como um direito social até 2030, contemplando os componentes de
abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos, e drenagem das águas da chuva. É o que prevê
o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), que está em consulta pública no site do Ministério das Cidades até 3 de setembro.
Reprodução/Ministério das Cidades
Ampliar
- Plano Nacional de Saneamento Básico estabelece metas diferentes entre as regiões do País
Entre as metas previstas estão a instalação de unidades
hidrossanitárias em todo o território nacional até 2030, o abastecimento
de água potável nas áreas urbana e rural das Regiões Sudeste, Sul e
Centro-Oeste, e a erradicação dos lixões até 2014. Até o fim do prazo,
propõe-se abastecimento de água potável em 98% do território nacional,
88% dos esgotos tratados e 100% dos resíduos sólidos coletados.
O plano, instituído pela Lei nº 11.445/07,
prevê investimentos na ordem de R$ 420 bilhões para populações urbanas e
rurais do País, sendo 60% do governo federal e 40% de estados,
municípios e iniciativa privada. Desse total, R$ 157 bilhões vão para
esgotamento sanitário, R$ 105 bilhões para abastecimento de água, R$ 87
bilhões para melhoria da gestão no setor, R$ 55 bilhões para drenagem e
R$ 16 bilhões para resíduos sólidos.
Dentro desse montante já estão incluídos os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Na primeira edição do programa, foram previstos o total de R$ 40
bilhões, R$ 36 bilhões do Ministério das Cidades e R$ 4 bilhões da
Fundação Nacional de Saúde. Esses recursos foram repassados a
municípios, estados e companhias prestadoras de serviços de saneamento,
que por sua vez devem licitar e gerenciar a execução das obras.
A segunda etapa do Programa (PAC 2) foi lançada em 2010, e o
Ministério das Cidades recebeu mais R$ 41,1 bilhões para aplicar em
ações de saneamento de 2011 a 2014. Desse total, R$ 16 bilhões já estão
contratados ou em fase de contratação.
O Plano Nacional de Saneamento Básico funcionará como eixo central da
política federal para o setor, promovendo a articulação entre estados e
municípios. A elaboração do plano foi iniciada com a construção de “O Pacto pelo Saneamento Básico: Mais Saúde, Qualidade de Vida e Cidadania”, elaborado por um grupo interministerial, com os eixos e objetivos do plano.
A proposta de texto em consulta pública desde 25 de julho foi
finalizada em abril de 2011 e debatida em cinco seminários regionais em
Belém-PA, Salvador-BA, Brasília-DF, Rio de Janeiro-RJ e Florianópolis-SC
e em duas audiências públicas em Brasília-DF. A próxima versão do texto
ainda será avaliada pelos Conselhos Nacionais de Saúde, de Meio
Ambiente, de Recursos Hídricos e das Cidades.
Plano de saneamento básico
O Plansab tem três eixos principais. O segmento de saneamento
integrado tem como objetivo cobrir o deficit urbano e dará prioridade
aos municípios com planos municipais já elaborados e que levem em conta
uma visão integralizada do problema. O eixo de saneamento rural vai
atender a população rural e as comunidades tradicionais, como indígenas,
quilombolas e reservas extrativistas, que necessitam de abordagem
diferente da adotada nas áreas urbanas.
O terceiro segmento, de saneamento estruturante, vai apoiar a gestão
pública dos serviços, criar condições para a continuidade do atendimento
à população, focar em ações de capacitação, assistência técnica e
desenvolvimento científico e tecnológico.
Para o secretário Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das
Cidades, Osvaldo Garcia, empossado há pouco mais de um mês, o primeiro
passo para concretização do plano é acelerar as ações do PAC. “Nós só
teremos uma condição melhor no País se tivermos água potável e esgoto
coletado e tratado. Caso contrário, não será possível ter um padrão de
vida coerente com o que queremos”, observou.
(Governo Federal)
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