A Conab
esclarece que as operações de remoção de milho para as regiões Sul, Norte e
Nordeste do país, regulamentada por Portarias Interministeriais, com a concessão
de subvenção econômica aos criadores de pequeno porte (operacionalizadas pelos
Avisos Conab número 124, 129, 202 e 233), representando cerca de 400 mil
toneladas de produtos, estão com suas cadências de embarque reduzidas, em
decorrência da dificuldade enfrentada pelas transportadoras contratadas para
cumprir o fluxo estabelecido.
A situação deve-se a diversos fatores
externos que têm gerado uma severa deficiência de transporte no
país, incluindo o crescimento da demanda por frete, o aumento da produtividade
no plantio de soja e milho, a redução do número de caminhões disponíveis, a
elevação do preço de frete (que chegou a atingir uma média de 36%), além das
novas exigências legais para setor de transporte rodoviário. Tudo isso tem
majorado o prazo de execução das viagens para o escoamento da
produção.
Os caminhoneiros, diante das novas exigências, têm
procurado executar maior número de fretes de curta distância, em detrimento dos
de longo percurso, considerando sua maior rentabilidade e boa parte da
circulação ocorrer em estradas vicinais, não suficientemente atendidas pela
fiscalização.
A situação de remoção de milho do Programa Vendas em
Balcão para as regiões de seca foi agravada pela adesão de um grande número
desses profissionais às paralisações coordenadas pelo Movimento União Brasil
Caminhoneiro.
A análise técnica realizada pela Conab demonstra que o
problema se originou com a supersafra de milho aliada à baixa oferta de
transporte rodoviário. A nova legislação aumentará o tempo gasto nas remoções
dos estoques, além de onerar o contratante do frete, em cerca 20% inicialmente,
podendo alcançar valores próximos aos 50% para o transporte de grãos.
A safra gigantesca de Mato Grosso, que seria uma
“safrinha” e se transformou numa grande safra, já seria suficiente para nos
impor problemas na remoção dos grãos. Agora, com a nova regra da ANTT e a greve
estabelecida no setor, a situação se agravou muito: não se encontra caminhão na
praça que aceite fazer transporte para a Conab, especialmente para o Nordeste,
de onde retornam vazios. Além disso, os agricultores da região produtora, que
estão capitalizados, cobrem os nossos valores de frete.
Na semana passada, depois de várias tentativas, apesar
das dificuldades, a Conab conseguiu entregar 100 mil toneladas de produtos, mas
a situação ainda é delicada. Muitos caminhoneiros já não queriam carregar antes
da greve e, agora, a piora foi drástica.
A Conab tem se envolvido no processo, procurando buscar
soluções e dividir responsabilidades com o governo e com o Ministério dos
Transportes.
Além do fim da greve, já surgem algumas medidas
paleativas, com a possibilidade de atuação de estados como a Bahia, Alagoas e
Ceará, que propuseram um fluxo inverso, uma vez que os caminhoneiros alegam que
a volta do Nordeste normalmente é sem carga, o que gera prejúizos.
A idéia é que os estados consigam caminhões-frota na
região, que receberiam uma compensação, caso tivessem que retornar vazios ao
Nordeste. Além disso, trechos longos deverão gerar rotas intermediárias, entre
outras medidas.
A Conab enfatiza que a situação enfrentada se deve a
fatores alheios à vontade da empresa e assegura que todos os esforços estão
sendo realizados em busca de soluções rápidas e
efetivas.
Fonte:
Assessoria de Imprensa da Conab
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