quinta-feira, 7 de março de 2013

Considerado uma das prioridades do Governo do Estado, o debate sobre o novo modelo de pedágios no Rio Grande do Sul avançou nesta quarta-feira (6), durante a primeira reunião do Diálogos Cdes-RS sobre o tema. No encontro realizado no auditório da Ulbra, em Carazinho, o governador Tarso Genro destacou a necessidade de mudar o atual sistema e ampliar a participação da comunidade nas decisões sobre os investimentos nas rodovias.

O governador afirmou que o fim das concessões das praças de pedágios atende a uma reivindicação da sociedade. "Há um descontentamento da população com os preços, com os serviços e o sitiamento que esse pedágios fazem com as cidades, como a cidade de Carazinho, que é um exemplo. Esse sistema só beneficiou a iniciativa privada, não beneficiou a população, e é isso que nos vamos mudar".

Ao ressaltar que o Executivo tem uma interpretação diferente das concessionárias, Tarso defendeu o encerramento do contrato de concessão do polo de Carazinho a partir desta quinta-feira (7). O governador afirmou que a decisão está nas mãos do Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Nosso dever é respeitar a Constituição e as decisões judiciárias. Se o Judiciário decidir que não for agora, que será daqui a uma semana ou daqui a dez dias, nós vamos obedecer. Mas temos a obrigação de dizer à população que o nosso recurso está correto, muito bem fundamentado, e na minha opinião deve ser a acolhido".

Mesmo reconhecendo a importância do tema para a população gaúcha, Tarso destacou outras ações do Governo. "O desenvolvimento econômico do Estado, a atração de investimentos privados, a massa de investimentos públicos que vem do governo federal, que nós estamos contratando, são muito mais fortes que essa questão dos pedágios. Só que a questão dos pedágios é mais urgente em função do término dos contratos e em função de a população estar se sentindo muito lesada com esse modelo".

Secretário-executivo do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Cdes-RS), Marcelo Danéris, garantiu que a ideia do Diálogos Cdes - que terá mais seis encontros em polos de pedágios - é reforçar a participação da comunidade e apresentar as condições atuais das estradas de cada região, com base no levantamento feito pela empresa Dynatest. "O Governo vai apresentar propostas e dialogar com a comunidade para ver qual é a expectativa. O valor das tarifas vai depender do tempo que a população decidir que a obra deve levar, se cinco ou dez anos, por exemplo".

Presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Luis Carlos Bertotto apresentou estudo realizado pela Dynatest que aponta a necessidade de reparos imediatos em 30% das rodovias pedagiadas. O levantamento também projeta que, entre três e cinco anos, 53% das rodovias vão precisar de investimentos. "A nossa ideia é reduzir as tarifas entre 25% e 30%, além de discutir com a população onde serão investidos os recursos arrecadados". Bertotto afirmou ainda que, com a confirmação do encerramento dos pedágios nas rodovias federais e a retomada das rodovias pela União, o Governo Federal vai fazer investimentos e garantir a manutenção dos trechos.

Secretário de Infraestrutura e Logística, Caleb de Oliveira destacou o trabalho promovido pelo Conselhão-RS. "No momento em que começam a se encerrar os contratos, o Governo volta a debater com a sociedade os investimentos que devem ser feitos nas estradas. O prefeito de Carazinho, Renato Suss, criticou os valores cobrados nas praças de pedágios da região. "É caro demais, deveria ser 50% mais barato. Não podemos ser sacrificados por valores tao altos".

Texto: Felipe Samuel

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