Considerado uma das prioridades do Governo do Estado, o debate sobre o novo
modelo de pedágios no Rio Grande do Sul avançou nesta quarta-feira (6), durante
a primeira reunião do Diálogos Cdes-RS sobre o tema. No encontro realizado no
auditório da Ulbra, em Carazinho, o governador Tarso Genro destacou a
necessidade de mudar o atual sistema e ampliar a participação da comunidade nas
decisões sobre os investimentos nas rodovias.
O governador afirmou que o
fim das concessões das praças de pedágios atende a uma reivindicação da
sociedade. "Há um descontentamento da população com os preços, com os serviços e
o sitiamento que esse pedágios fazem com as cidades, como a cidade de Carazinho,
que é um exemplo. Esse sistema só beneficiou a iniciativa privada, não
beneficiou a população, e é isso que nos vamos mudar".
Ao ressaltar que o
Executivo tem uma interpretação diferente das concessionárias, Tarso defendeu o
encerramento do contrato de concessão do polo de Carazinho a partir desta
quinta-feira (7). O governador afirmou que a decisão está nas mãos do Superior
Tribunal de Justiça (STJ). "Nosso dever é respeitar a Constituição e as decisões
judiciárias. Se o Judiciário decidir que não for agora, que será daqui a uma
semana ou daqui a dez dias, nós vamos obedecer. Mas temos a obrigação de dizer à
população que o nosso recurso está correto, muito bem fundamentado, e na minha
opinião deve ser a acolhido".
Mesmo reconhecendo a importância do tema
para a população gaúcha, Tarso destacou outras ações do Governo. "O
desenvolvimento econômico do Estado, a atração de investimentos privados, a
massa de investimentos públicos que vem do governo federal, que nós estamos
contratando, são muito mais fortes que essa questão dos pedágios. Só que a
questão dos pedágios é mais urgente em função do término dos contratos e em
função de a população estar se sentindo muito lesada com esse
modelo".
Secretário-executivo do Conselho Estadual de Desenvolvimento
Econômico e Social (Cdes-RS), Marcelo Danéris, garantiu que a ideia do Diálogos
Cdes - que terá mais seis encontros em polos de pedágios - é reforçar a
participação da comunidade e apresentar as condições atuais das estradas de cada
região, com base no levantamento feito pela empresa Dynatest. "O Governo vai
apresentar propostas e dialogar com a comunidade para ver qual é a expectativa.
O valor das tarifas vai depender do tempo que a população decidir que a obra
deve levar, se cinco ou dez anos, por exemplo".
Presidente da Empresa
Gaúcha de Rodovias (EGR), Luis Carlos Bertotto apresentou estudo realizado pela
Dynatest que aponta a necessidade de reparos imediatos em 30% das rodovias
pedagiadas. O levantamento também projeta que, entre três e cinco anos, 53% das
rodovias vão precisar de investimentos. "A nossa ideia é reduzir as tarifas
entre 25% e 30%, além de discutir com a população onde serão investidos os
recursos arrecadados". Bertotto afirmou ainda que, com a confirmação do
encerramento dos pedágios nas rodovias federais e a retomada das rodovias pela
União, o Governo Federal vai fazer investimentos e garantir a manutenção dos
trechos.
Secretário de Infraestrutura e Logística, Caleb de Oliveira
destacou o trabalho promovido pelo Conselhão-RS. "No momento em que começam a se
encerrar os contratos, o Governo volta a debater com a sociedade os
investimentos que devem ser feitos nas estradas. O prefeito de Carazinho, Renato
Suss, criticou os valores cobrados nas praças de pedágios da região. "É caro
demais, deveria ser 50% mais barato. Não podemos ser sacrificados por valores
tao altos".
Texto: Felipe Samuel
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