sábado, 8 de junho de 2013

Operação Ágata 7 chega ao fim com apreensão recorde de drogas



As Forças Armadas empregaram cerca de 33 mil militares na ação militar, que contou com o apoio de 1,1 mil servidores de agências governamentais

Foi divulgado, nessa quinta-feira (6), o último balanço da operação Ágata 7. Após 19 dias, o trabalho chegou ao fim com a apreensão de 25,342 toneladas de maconha e 657 quilos de cocaína, crack e haxixe. Os números são considerados um recorde histórico pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, órgão do Ministério da Defesa que coordena a iniciativa.
Nas últimas horas, o Exército Brasileiro apreendeu 4,9 toneladas de explosivo numa empresa na região de Maringá (PR). Também na região Sul, a polícia apreendeu quatro fuzis. Em São Grabriel da Cachoeira (AM), a 850 quilômetros de Manaus, policiais federais prenderam dez pessoas acusadas de pedofilia. Ente os presos, políticos e empresários influentes daquela cidade, por supostamente prostituir indígenas.
Durante o período de realização da operação, tropas militares e civis federais, estaduais e municipais apreenderam também cerca de 4,5 mil metros cúbicos de madeira. As Forças Armadas empregaram cerca de 33 mil militares na ação militar, que contou com o apoio de 1,1 mil servidores de agências governamentais.

Entorpecentes
Nessa semana, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MS) desarticulou uma quadrilha de traficantes e apreendeu 3,41 toneladas de maconha, na fronteira com o Paraguai.
O maior volume de apreensão de entorpecentes foi encontrado na fronteira Sul do País. Ao longo das quase três semanas da Ágata, as tropas militares e a PF apreenderam 16,551 toneladas de maconha e 382,09 quilos de cocaína. No último dia de operação, policiais federais estouraram um depósito numa casa de farinha com cinco toneladas de maconha na região de Céu Azul, Oeste do Paraná. A droga teria seguido em caminhões de Foz do Iguaçu (PR) para aquela localidade.

Plantação de coca
Ao longo dos 11 mil quilômetros da fronteira Norte – do Oiapoque (AP) a Cabixi (RO) –, as Forças Armadas e a Polícia Federal contaram com a mobilização de tropas militares do Peru e da Colômbia. Isso levou ao controle do comércio de gasolina na tríplice fronteira, principal ingrediente para o refino da coca.
A Ágata 7 intensificou também  as inspeções de aeródromos, embarcações e veículos nos 16.886 quilômetros da fronteira. Com o apoio de agências reguladoras, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Nacional do Petróleo (ANP), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Ibama, Funai, ICMBio e Capitanias de Portos, foram inspecionadas 17.587 embarcações, vistoriados 267.590 veículos e 17.165 pedestres.

Ministério da Defesa Além de ações de patrulha e fiscalização, a operação realizou diversas Ações Cívico-Sociais Ampliar
  • Além de ações de patrulha e fiscalização, a operação realizou diversas Ações Cívico-Sociais
Ações sociais
Durante a Ágata, as Forças Armadas realizaram ainda ações cívico-sociais (Acisos) em cidades carentes na faixa de fronteira. Com o apoio de navios e barracas de campanha, as populações contaram com atendimento médico, odontológico e hospitalar, além de receberem medicamentos e apoio para tirar documentos de identidade e realizar cursos profissionalizantes. Foram 28.216 atendimentos médicos e 35.966 odontológicos. No período, 55.160 medicamentos foram distribuídos. A Ágata 7 contou também com a realização de atividades de prevenção de saúde, com o atendimento de 68.726 pessoas.
Os militares, além disso, ajudaram a recuperar escolas e estradas destruídas pelas fortes chuvas na região. Em Porto Murtinho (MS), por exemplo, as Forças Armadas recuperaram 15,7 quilômetros de rodovia.
Ao concluir a reunião de avaliação da operação, o chefe do EMCFA, general José Carlos De Nardi, destacou a importância da interoperabilidade das Forças Armadas para os resultados obtidos. “Em nome do ministro da Defesa, Celso Amorim, quero agradecer pela participação, pelo empenho e pela operacionalidade. Tivemos um sucesso imenso na operação de fronteira que constituiu um dos eixos dos grandes eventos”, disse o general.

Ministério da Defesa Operação Ágata visa combater ilícitos transfronteiriços Ampliar
  • Operação Ágata visa combater ilícitos transfronteiriços
Ágata
A Operação Ágata é uma ação conjunta das Forças Armadas Brasileiras, em coordenação com outros órgãos federais e estaduais, na faixa de fronteira da Amazônia, para combater delitos transfronteiriços e ambientais. Esse território compreende 27% do território nacional onde estão 710 municípios, sendo 122 cidades limítrofes e 588 não limítrofes.
A fronteira tem 16.886 quilômetros de extensão, sendo 7.363 quilômetros de linha seca e 9.523 quilômetros de rio, lagos e canais. São 23.415 quilômetros de rodovias federais. Os estados de fronteira são: Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os países vizinhos são: Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Peru, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Além do combate a atos ilícitos, a Ágata contempla também Ações Cívico-Sociais (Acisos), que consistem em atividades como atendimento médico, odontológico e hospitalar aos locais onde concentram famílias em situação de pobreza.
A Ágata integra o Plano Estratégico de Fronteiras (PEF) sob a coordenação do Ministério da Defesa e comando do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA). A execução cabe à Marinha, ao Exército e à Força Aérea Brasileira (FAB).

Plano Estratégico de Fronteiras
O Plano Estratégico de Fronteiras foi lançado em 2011 para aumentar a presença do Estado brasileiro nas regiões de fronteira e combater crimes transnacionais na divisa com dez países

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