sexta-feira, 10 de maio de 2013


Quando a dor pode prejudicar relacionamentos

Sem causa ou exame específico, a fibromialgia pode atrapalhar a qualidade de vida e as relações pessoais dos indivíduos

A fibromialgia é uma síndrome causada por problemas no caminho percorrido pelos sinais dolorosos no organismo. O principal sintoma é a dor difusa e generalizada por todo o corpo. Segundo o reumatologista Milton Helfenstein Jr.1, de São Paulo, o que ocorre é que o sistema de comunicação da dor nesses indivíduos trabalha de forma excessiva ou interpreta erroneamente um estímulo pouco doloroso, como sendo muito doloroso.

Pessoas que convivem com fibromiálgicos podem ter dificuldade de aceitar suas limitações, imaginando que a dor é apenas psicológica”, diz o especialista. “Mas elas são verdadeiras e percebidas com moderada ou forte intensidade, fazendo com que um estímulo leve seja sentido como doloroso”, explica Helfenstein Jr. De fato, é difícil para o paciente lidar com as queixas de pessoas mais próximas, já que ele não consegue provar a doença por meio de exames, radiografias etc. O relacionamento tende a piorar ainda mais quando há dias em que o indivíduo se mostra funcional e, nos seguintes, sente dores e demais sintomas muito desconfortáveis.

Outro fator que deve ser levado em conta é o grau de desconhecimento da síndrome, inclusive por alguns médicos. De acordo com a pesquisa “Fibromialgia: além da dor”2, conduzida pelo Instituto Harris Interactive, a pedido da Pfizer, até o momento do diagnóstico a fibromialgia é uma condição desconhecida para 70% dos pacientes brasileiros. O levantamento também destaca que, no Brasil, 98% dos pacientes concordam que a fibromialgia é uma doença que não se conhece bem, enquanto que 77% dos clínicos gerais e 84% dos especialistas acreditam que a enfermidade não é muito conhecida, inclusive, entre os próprios médicos.

Milton Helfenstein Jr. ressalta a importância da atenção aos sintomas. “São sinais que prejudicam bastante a qualidade de vida do individuo, nos âmbitos profissionais, sociais e afetivos. É fundamental que sejam bem investigados pelo médico e, a partir do diagnóstico definitivo, o círculo social do paciente precisa compreender a condição do indivíduo e aprender a lidar com isso da melhor forma possível”, orienta. Para que cônjuges, amigos e familiares saibam da complexidade dessa amplificação da dor, os termos técnicos dos sintomas são:

·                     Alodínia – sensação dolorosa causada por estímulos que habitualmente não causam dor, como um leve toque;
·                     Hiperestesias – respostas exageradas aos estímulos tácteis, como aos lençóis de cama;
·                     Hiperalgesia – sensibilidade exagerada a estímulos dolorosos;
·                     Hiperpatia – persistência da dor mesmo após a remoção do estímulo doloroso;
·                     Parestesias e disestesias – sensações anormais e desagradáveis descritas como formigamento, dormência, picadas.

Além da dor, os sintomas da fibromialgia envolvem cansaço, sono não reparador (diversos distúrbios do sono que fazem o paciente sair da cama cansado), distúrbios de concentração e memória, e até cefaleia, tontura, sensação de inchaço, palpitação, dormências nos membros e transtornos do humor. Apesar da alta prevalência em mulheres da faixa etária de 30 a 60 anos, a doença também atinge homens e jovens. “Existem casos de filhos de mulheres fibromiálgicas apresentarem os sintomas da doença antes mesmo dos 18 anos”, relata o reumatologista. “O que se sabe é que a doença é oito vezes mais frequente em mulheres do que em homens e, em número de pessoas atingidas, a prevalência chega até 10% em alguns países e 2,5% da população brasileira”.

Clima úmido, tensão, sedentarismo, postura incorreta, depressão, ansiedade e problemas emocionais são alguns dos fatores que contribuem para o agravamento do quadro da fibromialgia. “Por conta de todos esses fatores, é essencial que aqueles que convivem com fibromiálgicos tenham uma postura positiva. Isso ajuda tanto os pacientes, que se sentem mais motivados a seguir as orientações médicas, quanto o próprio relacionamento, evitando desgastes que podem contribuir para a piora do quadro”, alerta Helfenstein Jr.

Para ajudar a lidar com a fibromialgia, o tratamento precisa ser multidisciplinar e acompanhado pelo médico. Entre as opções de terapias farmacológicas, existem medicamentos que ajudam no controle dos sintomas, como analgésicos e relaxantes musculares. Utilizam-se ainda antidepressivos e neuromoduladores – nesta classe, existe Lyrica (pregabalina), que atua diminuindo o excesso de mensagens de dor transmitidas dos nervos para o cérebro e, além de amenizar a dor, melhora a qualidade do sono do paciente e reduz a ansiedade. Vale ressaltar que o paciente deve sempre consultar um médico para fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado para cada caso.

O reumatologista reforça ainda a necessidade da prática de atividades físicas como caminhada, hidroginástica, natação e alongamentos, tanto para obter um condicionamento físico quanto para perder ou manter o peso adequado. Atividades como essas podem ser feitas isoladamente ou em grupo. “A fibromialgia não é um motivo para o paciente se isolar socialmente. Tudo é uma questão de compreensão, mudança de estilo de vida, atitude positiva, além do acompanhamento médico e aderência ao tratamento recomendado”, conclui.

Referências:
1. Milton Helfenstein Jr. é reumatologista e assistente doutor da disciplina de reumatologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

2. Pesquisa “Fibromialgia: Além da Dor”, encomendada em 2011 pela Pfizer e realizada pelo Instituto Harris Interactive no Brasil, México e Venezuela, com 904 participantes: 604 clínicos gerais e especialistas (reumatologistas, neurologistas, psiquiatras, especialistas em dor) e 300 pacientes.

PFIZER
Há mais de 150 anos no mundo e 60 anos no Brasil, a Pfizer tem como propósito inovar para proporcionar aos pacientes tratamentos que melhorem significativamente suas vidas. Esta preocupação é traduzida pelo amplo pipeline e portfólio da companhia, que abrange diferentes áreas como câncer, dor, saúde da mulher, prevenção de enfermidades em crianças e adultos, infecções, doenças autoimunes, depressão, multivitamínicos, entre outras. Isso significa investir cerca de US$ 7 bilhões por ano no desenvolvimento de novos medicamentos e trabalhar com mais de 250 parceiros, entre universidades e centros de tecnologia, buscando a inovação e também a ampliação do alcance da população aos seus tratamentos. A cada dia, a Pfizer mantém sua missão e seus valores, trabalhando para fazer a diferença na vida das pessoas e contribuindo com a comunidade por meio de suas iniciativas sociais.
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Thais Coimbra
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