OPINIÃO- Engenheiro Agrônomo Vulmar Leite
A agricultura no espaço
urbano de Santiago é uma realidade há muitas décadas, mesmo com o avanço
da urbanização que ocorreu a partir da década de 70, com a intensa transferência
da população rural para as cidades, em decorrência do que se convencionou chamar
de modernização da agricultura brasileira. Com os efeitos da mecanização das
atividades culturais, do uso intensivo de insumos modernos, crédito rural farto
e subsidiado e da monocultura ampliou-se a concentração do uso e posse da terra
e, em contrapartida, as cidades cresceram e incharam rapidamente, sem o
consequente acompanhamento do suporte infraestrural urbano necessário e da
oferta de emprego para absorver esses enormes contingentes populacionais
excedentes. Os movimentos sociais de trabalhadores sem terra, de desempregados
urbanos, dos sem teto, etc, tensionaram o tecido social, exigindo medidas
compensatórias dos governos eleitos democraticamente nos últimos
decênios.
O desafio da geração de empregos
nas cidades de porte médio tem sido permanente em todos os governos municipais.
Industrialização, serviços, comércio e agricultura sempre pautaram os discursos
dos administradores municipais. Houve avanços e recuos nesses processos
desenvolvimentistas. Em alguns municípios a indústria prosperou e as populações
rurais migratórias locais obtiveram ocupação e a eles também afluiram populações
de outros lugares, como foi o caso de milhares de santiaguenses que deixaram
nossa terra em busca de oportunidade de sobrevivência econômica.
Nos arredores da nossa cidade,
algumas atividades agropecuárias tradicionais ainda subsistem em muitos bairros
e outras, mais tecnificadas, se inserem no nosso cotidiano urbano. Produção de
leite, hortaliças, plantas ornamentais, entre outras, são as mais visíveis, além
de contribuirem para o consumo familiar, geram renda com o excedente
comercializado e, em muitos casos, também, ajudam a mitigar o ócio de inúmeros
conterrâneos aposentados.
Ontem, 5, o Ministério do
Desenvolvimento Agrário anunciou a edição de uma Portaria para
regulamentar essa atividade no espaço urbano das cidades brasileiras, conforme
notícia que publiquei na postagem anterior. Vou aguardar a publicação da dita
normativa para ampliar minha reflexão sobre o tema. Acredito que aí reside uma
boa oportunidade para a implementação de programas municipais de apoio à
agricultura urbana.
Enquanto a normativa não chega, vou pesquisar e divulgar algumas experiências de produção agrícola urbana que conheço na nossa cidade.
Enquanto a normativa não chega, vou pesquisar e divulgar algumas experiências de produção agrícola urbana que conheço na nossa cidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário