Dengue

As estratégias de enfrentamento à dengue são tema de encontro que reúne ao longo desta segunda-feira (18), no Ritter Hotel, em Porto Alegre, os gestores municipais de saúde e técnicos de todos os municípios gaúchos. O evento foi aberto pelo secretário estadual da saúde, Ciro Simoni, e contou com a participação do coordenador nacional do Programa de Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Evelim Coelho, e do presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS), Luís Carlos Bolzan.

Giovanini apresentou as ações desencadeadas pelo Ministério da Saúde, que prevêem a implantação de nova sistemática de classificação pela Organização Mundial da Saúde (OMS), baseada em evidências científicas, para detecção de casos mais graves, que podem evoluir para óbito, e também ao sistema de informação mais qualificado, para vigilância epidemiológica. Além destas ações, também citou a ampliação da rede de diagnóstico molecular, para identificação de sorotipos da dengue em diferentes regiões, e o aumento do número de municípios que realizam o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti (Lira).

"A questão climática, com o aumento da temperatura em dias do inverno, e o verão mais extenso, e o processo de expansão das áreas de infestação por larvas, levam a uma situação de vulnerabilidade para a dengue. O frio era uma proteção natural. Hoje há dengue também na Europa", explicou Giovanini. E conclui dizendo que o combate à dengue deve ser prioridade dos gestores no período do verão.

Em 2013, até o momento, o Rio Grande do Sul contabiliza 423 casos confirmados de dengue, dos quais 229 são autóctones, que significa que a doença foi contraída dentro do Estado. A programação segue com mesas durante o restante da manhã e tarde, quando serão apresentadas questões como nova estratégia de enfrentamento para os três Estados da região sul do Brasil, áreas de fronteira internacional e o Plano de Contingência para o enfrentamento da dengue no RS. O secretário Ciro disse aos gestores municipais que é necessário intensificar o processo de mobilização de técnicos e o envolvimento da população, pois só um trabalho articulado, com a participação de todos, poderá levar ao sucesso da estratégia.

Entre as ações desenvolvidas pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) para qualificar o combate à dengue está a descentralização da atividade de identificação larvária de vetores da dengue. Por meio de incentivos financeiros para a implantação de laboratórios municipais e intermunicipais, em 2013 o número de laboratórios de entomologia no Estado aumentou de 58 para 92. Além disso, 157 municípios gaúchos receberão um investimento de R$ 3 milhões para a intensificação da vigilância e controle do Aedes aegypti no período de verão. A listagem dos beneficiados inclui municípios com circulação viral da doença, infestação do mosquito transmissor, cidades de fronteira internacional e balneários de veraneio.

Texto: Denise Gewehr