Idosos podem sim ter uma boa
audição
Com a tecnologia cada vez mais avançada, é possível garantir uma melhor qualidade auditiva - e consequentemente, de vida.
Com a tecnologia cada vez mais avançada, é possível garantir uma melhor qualidade auditiva - e consequentemente, de vida.
Com o avanço da idade, o ser
humano passa por um natural processo de envelhecimento, principalmente físico.
As alterações ligadas à idade são diferentes em cada órgão - e o ouvido não é
uma exceção. A perda auditiva que acontece gradualmente é o somatório de vários
fatores externos, como exposição a ruídos, má alimentação, estresse, uso de
medicamentos, e também fatores metabólicos e hereditários. A perda progressiva
da audição, conhecida como presbiacusia, acontece em função da idade, pelo
desgaste fisiológico das células auditivas. A presbiacusia é mais comumente
percebida em pessoas acima de 60 anos, porém, de acordo com fatores genéticos e
ambientais, como exposição prévia a ruídos, ela pode se manifestar também antes
dos 50 anos.
A Dra. Rita de Cássia Cassou
Guimarães, otorrinolaringologista, otoneurologista e mestre em
clínica cirúrgica pela UFPR, de Curitiba, comenta que o portador dessa
deficiência é geralmente rotulado de confuso, desorientado, distraído, não
comunicativo, não colaborador, zangado e velho.
“No início, a perda de audição
mais acentuada é percebida nas frequências agudas, o que torna difícil a
percepção das palavras principalmente com os sons /s/ e /z/, /f/ e /v/, /t/ e
/d/, com frequentes trocas no entendimento da fala”, explica. Por isso é comum o
idoso apresentar a queixa de ouvir, mas não entender. Assim, o individuo faz
associações das palavras ouvidas com outras semelhantes e depende um maior
esforço para ouvir, entender e se comunicar. Outra situação comum com quem sofre
desse problema é aumentar o volume da televisão, pedir para repetir, além de
procurar ficar mais próximo da fonte sonora, comenta a especialista, que
complementa, dizendo que a presbiacusia geralmente associa-se a zumbido e pode
também estar acompanhada de incômodo a sons muito altos.
Apesar dos muitos sinais
perceptíveis da perda de audição, algumas pessoas têm dificuldade em reconhecer
que necessitam de uma ajuda médica especializada para tratar dessas questões.
“Muitas vezes, por ser a presbiacusia uma alteração auditiva lentamente
progressiva e em ambos os ouvidos, o indivíduo se adapta a perda auditiva e só
procura ajuda médica depois de muita pressão feita pela família e amigos”,
comenta Rita.
O idoso precisa compreender que,
com uma boa audição, além de ele poder ouvir, entender e trocar informações,
esse sentido serve também como sinal de alerta contra situações de perigo e
para ajudar na localização dos sons. Rita comenta que a perda auditiva
relaciona-se com alterações da memória e pode produzir um grande impacto
negativo na vida do idoso, conduzindo-o à diminuição nas relações sociais,
emocionais e até ao isolamento.
“A perda auditiva na terceira
idade é um fator de limitação do indivíduo, que pode contribuir com o
desenvolvimento de alguns distúrbios psiquiátricos. Por favorecer o isolamento
dos portadores da deficiência, devido à dificuldade de comunicação com o meio
social em que vive, o idoso pode adquirir um sentimento de constrangimento
devido a esse problema, o que pode propiciar o surgimento de um quadro
depressivo”, explica Rita. A especialista diz que os familiares do deficiente
muitas vezes não têm tolerância para lidar com a falta de audição, e,
normalmente, não mantêm diálogos normais com o idoso, passando somente a
informar os assuntos essenciais, o que faz com que ele se sinta mal.
Nesse sentido, a melhor forma de
abordar a deficiência auditiva é realizar, antes de tudo, uma visita a um médico
especialista, que, após os testes auditivos, dependendo de cada caso, indica a
utilização de aparelhos de amplificação sonora, além do desenvolvimento de
estratégias comunicativas, treinamento auditivo e orientação
familiar.
Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM
9009)
Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre
em clínica cirúrgica pela UFPR
Blog:
http://canaldoouvido.blogspot.com
Email: ritaguimaraescwb@gmail.com
Telefone: 41-3225-1665
Endereço: Rua João Manoel, 304 Térreo, Bairro
São Francisco, Curitiba PR.
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