Oito em cada dez brasileiras e brasileiros consideram
que, sendo as mulheres hoje mais da metade da população, deveria ser obrigatória
a participação de 50% delas nas Câmaras de Municipais, Assembleias Legislativas
estaduais e no Congresso Nacional. É o que revela a pesquisa
de opinião pública Ibope/Instituto Patrícia Galvão, realizada entre 11 e 15
de abril, sobre paridade entre mulheres e homens nos espaços de decisão no país.
A amostra é composta por 2.002 entrevistas com mulheres e homens maiores de 16
anos de todas as regiões do país.
Para a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), os dados da
pesquisa são relevantes no momento em que o país discute reforma política. “O
Brasil avançou na legislação eleitoral com o preenchimento de 30% de
candidaturas de mulheres e a destinação de 10% do tempo de propaganda eleitoral
por sexo”, afirma a ministra Eleonora.
Nas eleições 2012,
conforme o Tribunal Superior Eleitoral, 134.296 se candidataram aos cargos de
prefeita e vereadora, o que representou um aumento de 9,56% em relação à eleição
municipal de 2008. Do total de eleitos em 2012, 8.287 foram mulheres,
representando 13,19%. Em 2008, 7.010 foram
eleitas a esses mesmos cargos, representando 12,2%. Em todo o Brasil,
foram eleitas 657 candidatas para as prefeituras, o que corresponde a 11,84% do
total de eleitos. Para as Câmaras Municipais, foram eleitas 7.630 mulheres, o equivalente a 13,32% dos
escolhidos.
De
acordo com a pesquisa, 71% dos brasileiros consideram muito importante alterar a
legislação eleitoral do país para garantir metade de mulheres nas listas de
candidaturas apresentadas pelos partidos. O estudo aponta que 78% da população
defendem a obrigatoriedade de divisão meio a meio das listas partidárias e 73%
aprovam punições às legendas que não apresentarem paridade entre os dois sexos
nas suas candidaturas.
A
ministra das Mulheres considera favorável a manifestação da opinião pública
sobre a igualdade de gênero na política para que as leis sejam aplicadas e os
direitos políticos das mulheres ampliados. “O poder público, os partidos
políticos e a sociedade civil devem se movimentar para que os direitos
conquistados pelas mulheres sejam realmente exercidos por elas na sua
diversidade. A democracia se torna mais forte quando cidadãs e cidadãos dispõem
de igualdade de oportunidades e condições”, diz a ministra
Eleonora.
Apesar de as mulheres representarem 52% da população
brasileira, o país ocupa a 118ª posição no ranking de 198 países sobre
participação política das mulheres, conforme o Relatório Global Data Base of
Quotas for Women.
Políticas públicas - Fortalecimento e Participação das Mulheres nos
Espaços de Poder e Decisão é uma das áreas prioritárias da SPM, com ações
estabelecidas no Plano
Nacional de Políticas para as Mulheres 2013-2015 e na campanha
permanente “Mais Mulheres no Poder: Eu assumo este compromisso”, iniciada em
2006.
A
Secretaria se propõe a fomentar e fortalecer a participação igualitária, plural
e multirracial das mulheres nos espaços de poder de decisão, por meio da
promoção de mudanças culturais, legislativas e institucionais que contribuam
para a construção de valores e atitudes igualitárias e democráticas e para a
construção de políticas para a igualdade.
Principais Resultados – “Mais Mulheres
na Política”
Pesquisa Ibope/Instituto Patrícia Galvão – 11 a 15 de
abril de 2013
§
71% dos entrevistados consideram a reforma política muito
importante/importante para garantir 50% de homens e 50% de mulheres nas listas
de candidaturas dos partidos.
§
74% dos entrevistados
acreditam que só há democracia de fato com a presença de mais mulheres nos
espaços de poder e de tomada de decisão.
§ 8 em cada 10 entrevistados
consideram que, sendo as mulheres hoje mais da metade da população, deveria ser
obrigatória a participação de metade de mulheres e metade de homens nas Câmaras
de Vereadores, Assembleias Legislativas estaduais e no Congresso
Nacional.
§ As mulheres se destacam entre os que
concordam tanto com a garantia legal à ampliação da participação feminina no
Legislativo (82% versus 69% dos homens) quanto com a ampliação do acesso
das mulheres dentro dos partidos (82% versus 72% dos
homens).
§
78% concordam que os partidos
deveriam apresentar uma lista de candidatos composta por metade de homens e
metade de mulheres.
§ 73% defendem punição ao partido que
deixar de apresentar lista de candidatos com 50% de homens e 50% de
mulheres.
A pesquisa Ibope/Instituto Patrícia Galvão
“Mais Mulheres na Política” foi apresentada, nesta terça-feira (09/07), nas
presenças da ministra Helena Chagas, da Secretaria da Comunicação Social;
da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM),
procuradora especial da Mulher do Senado; da deputada federal Elcione Barbalho
(PMDB-PA), procuradora especial da Mulher da Câmara Federal; da deputada federal
Jô Moraes (PCdoB-MG), coordenadora da Bancada Feminina da Câmara Federal; das
sociólogas Fátima Pacheco Jordão (do Instituto Patrícia Galvão) e Silvia
Camurça, representando Articulação de Mulheres Brasileiras; do demógrafo
do IBGE José Eustáquio Diniz Alves; entre outras
autoridades.
A ação faz parte do projeto “Mais Direitos e Mais Poder”,
desenvolvido pelo Coletivo Leila Diniz, Cfemea - Centro Feminista de
Estudos e Assessoria, Cunhã Coletivo Feminista, Geledés - Instituto da Mulher
Negra, Instituto Patrícia Galvão - Mídia e Direitos, Redeh - Rede de
Desenvolvimento Humano e SOS Corpo - Instituto Feminista para a Democracia. Tem
apoio da ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e
o Empoderamento das Mulheres.
Assessoria de
Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as Mulheres –
SPM
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