Nota da Rede Sustentabilidade sobre o novo Código da
Mineração
A
Rede Sustentabilidade, através de sua executiva nacional vem se manifestar a
respeito do projeto de Lei 5807/2013 enviada dia 19 de Junho em regime de
urgência, que trata do novo marco regulatório de mineração no
pais.
É
fundamental reafirmarmos a necessidade de tratarmos a política mineral com o
mesmo grau de importância da política do Petróleo. Considerando que Petróleo e
Minério são bens naturais não renováveis pertencentes à União (Artigo 20,
parágrafo 1º, da Constituição Federal) devem ter tratamento semelhante.
Porém, o que vemos é uma política mineral sendo
tratada historicamente em segundo plano, de forma não estratégica e não
sustentável para o país. A revisão do Código da Mineração precisa priorizar a
agregação de valor na cadeia produtiva, incorporação de tecnologia, geração de
emprego na indústria e, principalmente, o reconhecimento de direitos das
comunidades afetadas pela mineração e a redução dos imensos impactos
socioambientais provocados pela atividade, o que não está contemplado pela
proposta encaminhada pelo Executivo ao Congresso Nacional.
Não podemos continuar barganhando a herança de nossas
riquezas naturais, sem a devida contrapartida para a sociedade. Neste contesto
propomos:
1)
Correção dos royalties da
mineração, tendo como base o modelo aplicado ao petróleo em percentuais sobre o
faturamento bruto e participação especial.
2)
Exigência de seguro e garantias
contra riscos ambientais e responsabilização, inclusive com extinção da
concessão e/ou autorização, pelo descumprimento das condicionantes
socioambientais estabelecidas no licenciamento.
3)
Justa indenização das comunidades
afetadas direta e indiretamente pela exploração
mineraria.
4)
Extinção do DNPM e criação da
Agencia Nacional de Mineração, bem como do Conselho Nacional de Política da
Mineral.
5)
Introduzir a realização de leilões
públicos nas concessão das reservas minerais, porém com maior transparência e
controle social que não acontecem satisfatoriamente no modelo de concessão do
petróleo, gás e energia elétrica.
6)
Consideração das condenações
judiciais e administrativas por danos ambientais, sonegação de impostos e
descumprimento de regras trabalhistas como critérios nas
licitações.
7)
Restrição da exploração mineral em
terras indígenas e quilombolas, em áreas de proteção ambiental, regiões de mananciais de abastecimento de água para
centros populacionais urbanos ou áreas de interesse histórico, arqueológico ou
paisagístico.
8)
Política de recursos hídricos
específica no uso da água para transporte e beneficiamento do minério, com
cobrança pelo uso da água.
9)
Revisão da Lei Kandir para
exportação mineral e de bens naturais não renováveis.
A
Executiva Nacional da Rede cria um grupo de trabalho constituído pelos deputados
federais Walter Feldman, Domingos Dutra e Alfredo Sirkis e pelo ex-deputado José
Fernando Aparecido de Oliveira para acompanhamento da matéria no Congresso
Nacional.
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