A
Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA)
promoveu audiência pública nesta quarta-feira (10) para discutir o processo de
regulamentação da Lei 11.723/2012, que autoriza a instalação de lojas francas.
Sancionada em outubro do ano passado, a
legislação autoriza a criação de estabelecimentos comerciais em aproximadamente
30 cidades gêmeas, espalhadas por nove estados. O objetivo da proposta é acabar
com a concorrência desleal e estimular o consumo de produtos nacionais pelo
turista estrangeiro.
Para
entrar em vigor e virar realidade, a lei que criou os chamados Free Shops
precisa ser regulamentada pelo governo. Um grupo criado no âmbito da Receita
Federal trabalha para formatar o melhor modelo a ser implantado no Brasil. O
formato nacional deve ser definido até setembro e caberá ao ministro da Fazenda,
Guido Mantega, a palavra final. A Receita estuda o modelo de loja franca adotado
por Uruguai e Argentina.
A
legislação uruguaia permite múltiplas lojas em cada cidade autorizada, sem a
necessidade de se fazer licitação. A venda só é permitida para o turista em
viagem internacional. Para o auditor fiscal da Secretaria de Receita Federal,
Ronaldo Lázaro Medina, se esse for o modelo adotado pelo Brasil, as lojas
instaladas no Rio Grande do Sul só poderão vender, basicamente, para os
uruguaios. “Para termos volume de venda, teremos que permitir a venda para os
brasileiros. Quando se coloca a venda para o nacional, você está fazendo loja de
fronteira para concorrer com o vizinho ou para concorrer com o comércio
doméstico? Olha o tamanho do problema que estamos enfrentando. Esse é o grande
desafio, dosar isso”, argumentou Medina.
No
modelo argentino, a quantidade de lojas é bastante limitada. O estabelecimento é
concedido pelo governo mediante licitação. No município de Puerto Iguazú, cidade
que faz fronteira com Foz do Iguaçu, apenas uma loja está autorizada a operar.
Na Argentina, ao contrário do Uruguai, é permitida a venda para cidadãos do
mesmo país, com uma quota pré-estabelecida de apenas US$ 150. “Serão levadas
duas propostas ao ministro Mantega, com seus prós e contras, com seus reflexos
positivos e negativos. E a decisão será política. Por isso que o debate aqui na
Câmara é fundamental para que a definição seja adequada à realidade
fronteiriça”, esclareceu o presidente da CINDRA, deputado Jerônimo Goergen
(PP-RS). Na segunda quinzena de agosto, a CINDRA volta a se reunir para discutir
as evoluções da proposta. O objetivo é manter os municípios de fronteira
mobilizados e pressionar o governo para que o prazo ora anunciado seja cumprido
e as lojas francas possam começar a funcionar em 2014.
Apolos Neto (Assessor de Imprensa deputado Jerônimo Goergen – PP/RS)
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