A importação predatória
de leite e derivados provenientes do Uruguai mobilizou a Subcomissão do Leite
que, nesta quarta-feira, 19, apresentou no Salão Verde da Câmara cerca de 30 mil
assinaturas - coletadas em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura -
de produtores rurais contra a entrada do produto estrangeiro e em defesa do
setor lácteo nacional.
O montante de
assinaturas será entregue junto a uma carta denúncia para a ministra da Casa
Civil, Gleise Hoffmann, e para os ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro
Filho, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando
Pimentel.
Apenas no último mês o
Uruguai importou 14 mil toneladas de leite em pó, o que representa quatro
milhões de litros por dia. "Por afinidade ideológica com o governo uruguaio
estão levando nosso produtor à insolvência", protestou o relator da subcomissão,
deputado federal Alceu Moreira (PMDB/RS).
O Brasil possui 1,3
milhão de produtores, sendo aproximadamente 90% na agricultura familiar, como
complementação de renda. No Rio Grande do Sul quase a totalidade dos municípios
produz leite, o que representa R$ 6 bilhões ao ano, ou seja, 2,7% do PIB
gaúcho.
Alceu Moreira ainda
alertou que a entrada desregrada de leite uruguaio pode dificultar a renovação
do acordo comercial com a Argentina, que tem cumprido seus compromissos, e
complementou que o Brasil produz leite suficiente para o mercado
interno.
De acordo com o
presidente da subcomissão, deputado federal Domingos Sávio (PSDB/MG), o problema
da importação é debatido há dois anos sem a tomada de uma medida efetiva por
parte do governo. "Vamos quebrar os produtores brasileiros para beneficiar os
produtores uruguaios", arrematou o deputado mineiro.
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