Governo
Federal anuncia medidas para recuperação de Santas
Casas
Ministério dobra
incentivos da tabela SUS repassados às unidades. Hospitais filantrópicos poderão
trocar dívida pelo maior atendimento à população
O Ministério da
Saúde anuncia um conjunto de medidas para recuperação econômica dos hospitais
filantrópicos e das Santas Casas do país. O governo federal encaminha, nesta
sexta-feira (21), em caráter de urgência, um projeto de lei que cria um programa
de apoio financeiro a essas unidades. Com a medida, em um prazo máximo de 15
anos, os débitos das instituições que aderirem ao programa serão quitados. Em
contrapartida, os hospitais devem ampliar o atendimento de exames,cirurgias e
atendimentos a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, o valor
repassado pelo Ministério da Saúde de incentivo à contratualização vai dobrar,
com um adicional de R$ 2 bilhões em 2014.
“A grande
preocupação do Ministério da Saúde é ajudar as Santas Casas a melhorar e ampliar
o atendimento à população. Principalmente, aumentar atendimentos pediátricos,
exames para detectar problemas do coração, diagnóstico de câncer, entre outros.
Estamos atuando em duas frentes: uma delas é resolver um problema histórico
dessas unidades, que é o acúmulo de dívidas; e a outra é aumentar o incentivo
para o atendimento SUS. Quem aderir ao programa terá incentivo em dobro. A
proposta é que essas instituições troquem dívidas por ampliação do atendimento
SUS”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Outra grande vantagem ao
aderir essa nova estratégia é que, além de poder zerar suas dívidas, as
entidades filantrópicas receberão certidões que permitem contratar empréstimo
junto a instituições financeiras”, acrescentou.
Por meio do PROSUS,
como será chamado o programa de fortalecimento das Santas Casas, as entidades
terão o apoio do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para manter em dia o pagamento de
débitos correntes, evitando, assim, o aumento da sua dívida e quitando
gradativamente o valor total. Para isso, todo mês, o FNS vai reter dos recursos
destinado ao custeio o valor equivalente à dívida corrente das unidades que
aderirem ao programa, garantindo o seu pagamento. Essa dinâmica funcionará por
15 anos (180 meses) e, após esse prazo, as unidades que mantiverem os pagamentos
em dia e aumentarem em 5% os servidos oferecidos ao SUS, terão seus débitos
zerados. Com a medida, as entidades voltam a ter acesso ao crédito bancário,
passam a poder realizar contrato público, entre outras
vantagens.
INCENTIVO –
Além do apoio para
recuperação financeira, o Ministério da Saúde destinará mais R$ 2 bilhões por
ano para aumentar o número de hospitais filantrópicos contratualizados e ampliar
o incentivo repassado a essas unidades para atendimento de pacientes do SUS. A
previsão para este ano é firmar parceria com mais de 200 hospitais, gerando
impacto financeiro de R$ 305,7 milhões/ano. O restante do valor, equivalente a
R$ 739 milhões/ano, serão destinados à expansão dos serviços nas unidades e
melhoria da qualidade da assistência prestada. Atualmente, 1.700 hospitais
filantrópicos prestam serviços ao SUS.
O Projeto de Lei que
cria o PROSUS (Programa de Fortalecimento das Entidades Privadas Filantrópicas e
das Sem Fins Lucrativos que atuam na área de saúde e que participam de forma
complementar do Sistema Único de Saúde - SUS) será encaminhado, em regime de
urgência, ao Congresso Nacional. Para aderir ao programa, a entidade privada de
saúde filantrópica ou sem fins lucrativos deverá encaminhar requerimento à
Receita Federal próxima da sua sede até o dia 6 de dezembro este ano. O prazo de
15 anos para pagamento da dívida passa a contar a partir da adesão ao programa.
O abatimento da dívida, começando pelas mais antigas, será feita primeiramente
dos débitos inscritos na Dívida Ativa da União, seguido pelos débitos no âmbito
da Recita Federal.
AÇÕES –
Esse conjunto de
medidas soma-se a uma série de outras iniciativas adotadas pelo Ministério da
Saúde em apoio a sustentabilidade das entidades filantrópicas e Santas Casas. Em
2012, houve incremento de R$ 572,3 milhões no total investido nas unidades que
atendem pelo SUS. Os recursos adicionais foram repassados aos hospitais que
aderiram à Rede Cegonha, que prevê a assistência integral a gestante e ao bebê,
e à Rede de Urgência e Emergência (RUE), voltada à melhoria da atenção nos
prontos-socorros. Soma-se a esse valor, o aumento do incentivo à
contratualização, os repasses para reformas e compra de equipamentos e o
reajuste no valor das cirurgias oncológicas.
Em um ano, os
incentivos pagos aos principais hospitais filantrópicos para o atendimento de
usuários do SUS saltaram 185%, chegando a R$ 968,6 milhões em 2012, contra R$
340 milhões em 2011. Nos últimos cinco anos foram feitos quatro reajustes, sendo
dois só em 2012. São recursos que garantem a contratualização dos serviços e
estão vinculados ao cumprimento de metas. Também houve aumento de 50% no valor
destinado a obras e compra de equipamentos, que passou de R$ 400 milhões, em
2011, para R$ 600 milhões, em 2012.
O reajuste no valor
das cirurgias oncológicas fez com que os repasses nessa área mais que dobrassem
– de R$ 56 milhões para R$ 116 milhões. Além disso, o MS passou a destinar 20% a
mais aos 60 hospitais filantrópicos que atendem 100% SUS – o equivalente a R$
83,4 milhões em 2012. Para o custeio total dos serviços, foram repassados R$ 9,7
bilhões para o atendimento e mais R$ 1,8 bilhão de incentivo, totalizando R$
11,7 bilhões.
Contato:
Assessoria de
Comunicação
Ministério da Saúde:
(61) – 3315-2741 / 2351 /3580
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