Em coletiva na manhã desta quarta-feira (12), o Comando-Geral da Brigada
Militar divulgou o relatório do Inquérito Policial Militar (IPM) que apurou a
atuação de integrantes do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul nas atividades
de prevenção e combate ao incêndio da boate Kiss, ocorrido em 27 de janeiro
passado, em Santa Maria, com 242 vítimas fatais.
O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Fábio Duarte Fernandes,
recebeu os 35 volumes com 7 mil páginas dos autos do inquérito, que ouviu 699
pessoas, entre elas 44 bombeiros. O IPM foi conduzido pelo coronel Flávio da
Silva Lopes, que explicou o trabalho realizado durante 131 dias e anunciou os
nomes de oito bombeiros indiciados.
Pela inobservância de lei,
regulamento ou instrução, conforme o artigo 324 do Código Penal Militar (CPM),
foram indiciados seis bombeiros da Seção de Prevenção a Incêndio do 4º Comando
Regional de Bombeiros (4º CRB): capitão Alex da Rocha Camillo; sargento Renan
Severo Berleze; sargento Sérgio Roberto Oliveira de Andrades; soldado Marcos
Vinícius Lopes Bastide; soldado Gilson Martins Dias e soldado Vagner Guimarães
Coelho.
O ex-comandante do 4º CRB, tenente-coronel Moisés da Silva
Fuchs, foi indiciado por condescendência criminosa, de acordo com o artigo 322
do Código Penal Militar. O sargento Roberto Flávio da Silveira e Souza
responderá por falsidade ideológica, segundo o artigo 299 do Código Penal
Brasileiro, e por exercício ilegal da profissão ou atividade, como prevê o
artigo 47 da Lei de Contravenções Penais.
O comandante-geral da Brigada
Militar analisará o IPM em até 15 dias. Nesse período, poderá concordar,
discordar ou solicitar diligências para depois fazer o encaminhamento à Justiça
Militar Estadual (JME).
O IPM, realizado entre 30 de janeiro e 10 de
junho, foi feito por uma equipe de 18 policiais militares. Além do coronel
Flávio Lopes, encarregado do inquérito, colaboraram de forma permanente o major
Emílio Barbosa Teixeira e o capitão Augusto Ferreira Porto, na função de
assessores jurídicos, e o major Sandro da Cunha Eusébio, como escrivão. Outros
14 brigadianos integraram a comissão de auxiliares de diligências. Também foram
constituídas três comissões periciais encarregadas da investigação do
sinistro, auditoria da Seção de Prevenção a Incêndio e inventário de mídia.
Números do IPMVolumes: 35
Páginas: 7
mil
Depoimentos: 699
- Bombeiros interrogados: 44
- Testemunhas
inquiridas: 655, sendo 291 militares estaduais; 26 militares federais; 331
vítimas; e sete termos de coletas de informações
Texto:
Jussara Pelissoli
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