Pesquisa
da Fipe aponta aumento no custo mensal das famílias em caso de banimento das
sacolas plásticas dos supermercados
Custo
mensal com embalagens para transporte das compras e descarte de lixo aumentaria
146,1%, ficando próximo aos gastos com itens como arroz e
feijão.
Estudo
inédito no Brasil realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
(FIPE) mostra que, se as sacolas plásticas deixassem de ser entregues pelos
supermercados, a participação dos gastos com embalagens para transporte das
compras e acondicionamento de lixo se elevaria de 0,1335% para 0,328%. Esse é um
percentual significativo, se comparado a itens essenciais, como feijão (0,393%)
e arroz (0,743%). Segundo a pesquisa, os consumidores de baixa renda seriam os
maiores prejudicados, já que seus gastos com embalagens para transportes de
compras e descarte do lixo praticamente não existem, uma vez que utilizam quase
que exclusivamente as sacolinhas de supermercado para esses
fins.
A
pesquisa foi realizada na cidade de São Paulo, em 648 domicílios, entre os meses
de julho e agosto. Somados, esses lares gastam mensalmente um total de R$
2.781,08 com embalagens para carregar compras e descartar o lixo doméstico, ou
seja, R$ 4,29 por domicílio. O valor representa 0,1335% do gasto total mensal
por domicílio estimado pela Fipe em R$ 3.213,83.
Na
hipótese das sacolas plásticas deixarem de ser entregues gratuitamente pelos
supermercados, os consumidores teriam de arcar com aumento de 146,1% nos gastos
com embalagens para carregar compras e descartar o lixo doméstico. O desembolso
total mensal das famílias para esse fim passaria de R$ 2.781,08 para R$
6.844,14. O gasto por família aumentaria de R$ 4,29 para R$ 10,56. Esse valor
passaria a representar 0,328% do orçamento mensal, estimado pela Fipe em R$
3.213,83.
Índice
Fipe da participação de alguns itens no orçamento das
famílias
(*)
Embalagens para transporte de compras e descarte de lixo, na hipótese das
sacolas plásticas deixarem de ser entregues ao consumidor pelos
supermercados.
Objetivo
e metodologia - O
objetivo da pesquisa é mostrar quanto as famílias gastam atualmente e quanto
passariam a gastar em um cenário no qual as sacolas plásticas deixassem de ser
distribuídas gratuitamente pelos supermercados.
Foram
ao todo 648 famílias entrevistadas na cidade de São Paulo. A despesa total do
conjunto dos entrevistados, por mês, soma R$ 2.082,560,00, o que dá um
desembolso por residência de R$ 3.213,83. A renda média das famílias
entrevistadas é de em R$ 4.028,00, sendo seu valor mais frequente de R$
2.000,00.
A
Fipe avaliou três padrões atuais de uso das sacolas plásticas: uso
primário, no transporte das mercadorias do supermercado até as
residências; uso intermediário, para o recolhimento do lixo de
cozinhas, banheiros, dormitórios, fezes de animais etc.; uso
final, na disponibilização do lixo domiciliar para o recolhimento por
parte do serviço municipal de limpeza.
Para
estimar um cenário sem sacolas plásticas, a Fipe avaliou o aumento de demanda de
sacolas retornáveis e sacolas biodegradáveis no transporte das mercadorias até a
residência, o aumento da demanda de sacos de lixo em substituição às sacolas
plásticas nos usos intermediários e no uso final.
O
gasto atual foi aferido estimando-se a quantidade de sacolas retornáveis,
sacolas biodegradáveis, sacolas plásticas e de sacos lixo atualmente demandadas
pelos consumidores considerando-se os preços médios de cada tipo de embalagem. A
seguir, estimou-se a participação atual deste gasto no dispêndio total das
famílias obtendo-se, desta forma, a participação atual no custo de vida. Uma vez
averiguada as opções da população diante da eliminação das sacolas plásticas,
foi possível obter os novos padrões de consumo de embalagens e seu
custo.
O
estudo apurou que as sacolinhas são usadas por 94% dos domicílios
no
transporte das compras e reutilizadas para recolhimento de lixo de cozinha,
banheiros, animais domésticos, entre outras funções.
O
valor mais frequente de idas ao supermercado por mês é de quatro vezes, sendo
que a quantidade mais frequente de sacolas plásticas recolhidas por domicílio é
de 60 sacolas.
A
Fipe também apurou que há dois padrões básicos de utilização de embalagens. Há
residências (34,9% do total) que utilizam somente sacolas de supermercado para o
recolhimento do lixo doméstico e disponibilização direta para o lixeiro e outras
que utilizam sacolas e sacos de lixo (57,7%). Observou-se que 44,9% dos
domicílios não utilizam sacos de lixo especiais na disponibilização do lixo para
o lixeiro, ou seja, disponibilizam diretamente o lixo recolhido do
domicílio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário