O projeto de lei que rege as normas de prevenção e proteção contra incêndios
foi sancionado nesta quinta-feira (26) pelo governador Tarso Genro, no Palácio
Piratini. O projeto é resultante de amplos debates na Assembleia Legislativa,
por meio da Comissão Especial de Revisão e Atualização das Leis de Segurança,
Prevenção e Proteção contra Incêndios no Rio Grande do Sul, que reuniu entidade
civil e Poder Público. A Comissão foi aberta logo após a tragédia da Boate Kiss,
ocorrida no dia 27 de janeiro deste ano, em Santa Maria, e que vitimou 242
pessoas.
"Me sinto orgulhoso por sancionar e coordenar, a partir de
agora, a regulamentação da lei", ressaltou o governador. "O último reduto da
questão é a consciência dos indivíduos, sejam do Poder Público ou sociedade
civil", disse Tarso. Autor da lei e coordenador da Comissão no Parlamento
gaúcho, Adão Villaverde esclareceu alguns pontos do novo conjunto de normas. "É
um projeto muito rigoroso quanto a critérios e responsabilização e que incorpora
novos elementos".
Entre as alterações da lei, a partir de agora, a
atualização do Plano de Prevenção de Incêndios será anual para casos de médio a
grande risco e, a cada três anos, para baixo risco de incêndio. "Foram
acrescentados novos parâmetros referenciais para projetos de prevenção a
incêndio para além da área e altura, que era o que se usava. Vamos acrescentar
mais ocupação e uso da edificação, quantidade de pessoas que frequentariam o
local, controle de fumaça e carga de incêndio, que nada mais que é o potencial à
combustão existente dentro da edificação", esclareceu. Segundo Villaverde, a
Organização das Nações Unidas considera o projeto um marco de referência
internacional quanto à prevenção de incêndios.
O Corpo de Bombeiros
poderá ter, a partir de agora, um quadro técnico, que auxiliará na fiscalização
e que não necessita vínculo com a Brigada Militar. Outra novidade são os
brigadistas de incêndio, policiais que não serão necessariamente bombeiros e que
estarão presentes em aglomerações a partir de 200 pessoas. As prefeituras têm um
ano para adaptação da nova lei e as edificações antigas que não passem por
reformas, ampliação, mudança de categoria de risco, têm cinco anos de adaptação.
"Pretendemos construir essa regulamentação, incluindo questões de
sanções, a partir de março, mas para os novos prédios, começa a partir de hoje",
explicou o comandante do corpo de bombeiros, Eviltom Pereira Diaz. Segundo o
comandante, "muda com a lei a responsabilização dos entes envolvidos, incluindo
Corpo de Bombeiros, prefeituras e proprietários".
"Foi uma lei que
surgiu em decorrência de uma tragédia e que considero, uma das produções
legislativas mais importantes já realizadas pelo parlamento gaúcho", enfatizou o
presidente da Assembleia Legislativa, Pedro Westphalen. "Entendemos que o RS
está ganhando, pois não medimos esforços para deslocar os notáveis no nosso
grupo a auxiliar na elaboração deste projeto", destacou o vice-presidente do
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RS (Crea), órgão que participou
da elaboração do projeto.
Texto: Anna Magagnin
Foto: Caco
Argemi/Palácio Piratini
Edição: Redação Secom (51)
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