O
plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (10), a
Medida Provisória 620/13, que em seu texto original dispõe sobre o financiamento
de bens de consumo duráveis a beneficiários do Programa Minha Casa Minha Vida. O
texto aprovado incluiu emenda de autoria do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS)
construída em parceria com a ONG Atletas Pelo Brasil, que prevê uma série de
requisitos de gestão e transparência para que entidades esportivas possam
acessar recursos públicos e receber benefícios fiscais.
Para
ter direito aos benefícios previstos em lei, clubes, federações e confederações
esportivas deverão limitar em no máximo quatro anos o mandato de dirigentes,
permitida uma única reeleição. Na prática, a proposta acaba com a perpetuação
dos ´cartolas´ no comando das entidades. Este item recebeu um destaque para
votação em separado, solicitado pelo líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha
(PMDB). A manobra acabou rejeitada por
323 votos a 41, ficando mantida a limitação dos mandatos. “A
própria sociedade brasileira foi às ruas pedir gestão e transparência. E nós
conquistamos isso em nome de uma política esportiva. Não queremos que o Brasil
tenha apenas um legado de belas obras através de estádios de futebol. Nós
queremos um legado de esporte fortalecido e essa conquista foi exatamente o que
nos obtivemos hoje”, comemorou Jerônimo.
Atletas
e ex-desportistas de diferentes modalidades passaram o dia na Câmara em reuniões
com os líderes partidários. Eles acompanharam a votação entre os parlamentares e
comemoram como se fosse um título conquistado. A presidente da Atletas Pelo
Brasil, Ana Moser (vôlei), disse que a mobilização só tende a crescer. “Vencemos
uma batalha muito difícil e segue a mesma articulação no Senado. O importante
mesmo é colocar o esporte na pauta de debates desta Casa, é colocar o esporte
como prioridade tanto na legislação como nas estratégias de governo”. Já o
ex-jogador de futebol Raí ressaltou que a emenda vai fortalecer e modernizar o
esporte. “Acho que é um momento histórico construído aqui na Câmara. É o
princípio de uma revolução no esporte brasileiro”, resumiu o ex-atleta.
A
emenda também estabelece que os estatutos das entidades ofereçam garantias de
participação dos atletas nos colegiados de direção e na eleição para os cargos
da entidade. No âmbito da transparência, os associados e filiados deverão ter
acesso irrestrito aos documentos e informações relativas à prestação de contas,
com ampla divulgação dos balancetes nos meios eletrônicos. O item que tratava
sobre a obrigatoriedade de remuneração dos dirigentes foi modificado, tornando o
pagamento facultativo. A proposta segue agora para análise do Senado. Se
aprovada sem mudanças, segue direto à sanção da presidente Dilma Rousseff.
A
emenda prevê prazo de seis meses, a partir da sanção presidencial, para que as
entidades esportivas passem a cumprir as normas.
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