ARTIGO
Mônica, Cebolinha, Cascão e
o
hábito de leitura das
crianças
Antonio
Luiz Rios*
Numerosos estudos demonstram que as
crianças que leem têm mais facilidade de aprendizagem e melhor rendimento
escolar. Ante tal constatação e a certeza de que os livros são caminhos
obrigatórios na busca do conhecimento e formação dos indivíduos, é fundamental
toda iniciativa que estimule o hábito de leitura na população
infantojuvenil.
Nesse sentido, as feiras de livros
cumprem missão importante, ao desenvolverem atrações lúdicas para as crianças
que as visitam, seja em companhia das famílias ou nos programas coletivos
organizados pelas escolas. Há toda uma magia nesse contato tão próximo entre os
leitores mirins, as obras e os autores, cuja presença, autógrafos e interação
com o público são fatores estimulantes ao ingresso dos pequenos no universo
fascinante da leitura.
Corroborou minha crença sobre a
importância para as crianças dessa integração de autores e leitores, a XVI
Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, de 29 de agosto a 8 de setembro
de 2013. No evento, foi possível testemunhar, em numerosas oportunidades, o
encantamento que o livro pode causar no público infantil, quando apresentado
como algo que instrui, educa, diverte e ensina de modo atrativo e
instigante.
De modo mais especial, observei esse
fenômeno ao lançarmos a coleção “Biblioteca da Turma”, série com seis livros
multidisciplinares, voltada ao apoio didático, que trata de civilizações
antigas, animais pré-históricos, esportes olímpicos, Floresta Amazônica,
crianças no mundo e arte nos museus brasileiros. A alegria e a energia do
contato entre o público mirim e o autor, Maurício de Souza, eram sintomas
inequívocos de queMônica, Cascão e Cebolinha estavam
conquistando novos e perenes leitores. Esse caráter lúdico também reforça a
importância do e-book, em suas distintas formas, como fator indutor da leitura
no público infantil. Também foi possível verificar isso na Bienal do Rio de
Janeiro, ao lançarmos plataformas e aplicativos. Esses livros “conversam” com a
criança do Século XXI numa linguagem que ela entende e gosta desde os primeiros
impulsos da consciência.
Enfatizada a
importância das feiras, não podemos, contudo, subestimar o insubstituível e
crucial papel das escolas e das famílias no estímulo das crianças. A última
edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, elaborada pelo Instituto
Pró-Livro (IPL), com apoio da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Associação
Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros) e Sindicato Nacional dos
Editores de Livros (SNEL), mostra algo interessante: os professores são, hoje,
os principais incentivadores da leitura, ultrapassando as mães, que figuram em
segundo lugar.
O mesmo estudo mostra que esse
processo de estímulo tem funcionado, pois no universo dos estudantes (64% da população ou 114 milhões de pessoas), o nível de
leitura atingiu 3,41 exemplares per capita nos três meses
anteriores à realização da pesquisa. Desse total, 2,21 livros são indicados
pelas escolas, divididos em didáticos (1,72) e literatura (0,49). Com certeza,
podemos e devemos avançar ainda mais, conduzindo nossas crianças e jovens ao
universo do livro. Este é o caminho mais seguro para a definitiva conquista de
nosso desenvolvimento; é o nosso melhor legado às presentes e futuras
gerações.
*Antonio Luiz Rios, economista, é o
diretor-superintendente da Editora FTD.
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