terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A TRISTE REALIDADE DE QUEM DEPENDE DO MARIDO VIOLENTO


“As mulheres vítimas de violência doméstica na América Latina se submetem aos maus-tratos porque não dispõem de condições financeiras para sobreviver sem a ajuda dos companheiros, maridos e namorados. A constatação é de um estudo da organização não governamental (ONG) Centro pelo Direito à Moradia contra Despejos, com sede em Genebra, na Suíça”. O mais triste disso tudo, é de que no Brasil, 24% das mulheres vítimas de maus tratos afirmaram que apesar das agressões que sofrem, não se separam porque não têm como se sustentar, elas dependem financeiramente de seu cônjuge para viverem e para o sustento dos filhos.
Em Santiago, a situação não é diferente./ Embora não existam pesquisas, se percebe que a maioria das vítimas da violência doméstica também opta por permanecer ao lado do homem que é detentor da sustentabilidade econômica do lar.
Quase que diariamente as instituições de segurança pública registram casos de Maria da Penha, onde mulheres se submetem aos mais variados tipos de agressão de seus maridos ou companheiros e aí não inclui somente a questão física, mas também a psicológica.
Apesar de o município contar com a Coordenadoria da Mulher, abrindo espaço para atendimento às vítimas, é preciso, a partir das informações da ONG de Genebra também investigar a situação financeira das vítimas que apesar das atenções básicas, acabam voltando para a casa, convivendo com os mesmos problemas e até mesmo, se acostumando a apanhar quase que diariamente para não ter que morar na rua.
Esta conclusão internacional, que também projetou a situação da mulher vítima de violência no Brasil, abre uma lacuna para várias interrogações: quem são os maridos violentos? Porque eles agem assim? Sugerir a separação do casal é o melhor caminho? Quem irá sustentar a família na ausência da única fonte de renda que é o marido agressor? A Lei Maria da Penha, realmente cumpre sua função, ou é apenas mais uma entre tantas? Porque os casos de violência doméstica nunca cessaram em detrimento de sua existência? Que tipo de atendimento é oferecido ao agressor?
As respostas para estas e outras indagações não são única e exclusivamente das autoridades e representantes legais, mas de toda a sociedade que humanamente se omite e se torna incapaz para administrar a complexidade da família, considerada o núcleo de tudo. Quando falamos em sociedade, é bom definir bem o conceito desta palavra, que não se resume em elitismo, mas responsabilidade no conjunto de ações e deveres individuais e coletivos.
Enquanto as palavras se estendem pelo tempo, superando a praticidade, “No Brasil, 70% das vítimas de violência são agredidas dentro de casa e, em 40% dos casos, com lesões graves. Das mulheres assassinadas no país, 70% sofreram agressões domésticas./ São problemas que afetam, principalmente, as mulheres pobres que vivem em comunidades carentes.



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