Depois de caminhar 1070km empurrando uma cadeira de
rodas, Zé do Pedal chega a Manaus
Ativista começou a caminhada do Caburaí ao Chuí às
margens do Rio Uailã, primeiro rio brasileiro no extremo norte.
Contatos Zé do Pedal em Manaus:
(092) 81093899 / (031) 86003001
Caminhando até 52km por dia, enfrentando chuvas
torrenciais e suportando temperaturas de até 40 graus na constante busca de um
mundo mais justo e humano baseado na trilogia dos conceitos de igualdade,
dignidade e respeito e tentando eliminar barreiras que dificultam à pessoa com
deficiência a participarem ativamente da vida social, o ativista mineiro o
ativista mineiro, José Geraldo de Souza Castro, Zé do Pedal, 56, membro do Lions
Clube de Viçosa, chegou a Manaus - AM, em frente ao centenário Teatro Amazonas,
depois de percorrer os primeiros 1.070km seu projeto: “Extremas Fronteiras –
Barreiras Extremas” (Cruzada pela Acessibilidade). Uma caminhada, de 10.700km,
empurrando uma cadeira de rodas, saindo de Uiramutã, Fronteira norte com a
Venezuela passando por 20 estados brasileiros: Roraima, Amazonas, Pará,
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,
Sergipe, Bahia, Goiás, Brasília, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Após ser recebido por amigos, membros do Lions Clube e
pelo Deputado Estadual Chico Preto, Zé do Pedal fez um breve balanço da primeira
etapa do projeto: “Estou muito feliz de haver chegado a Manaus dentro do
cronograma estabelecido. Comecei, dia 10 de fevereiro, a caminhada, com uma
cerimônia simples, que contou com a presença de alguns indígenas da Maloca
Uiramutã, às margens do Rio Uailã, primeiro rio brasileiro no extremo norte e
haver superado, com certa tranqulidade, os primeiros 10% da caminhada, deixando
pra traz a parte mais difícil e complicada da caminhada que era cruzar pelo
menos 60% da área Indígena Raposa Serra do Sol, em estradas de terra, e o pior,
os mais de 700km que separam Boa Vista de Manaus no meio da maior floresta
tropical do mundo e enfrentando altas temperaturas que me causou um principio de
insolação”.
“Um dos principais objetivos da caminhada, entregar aos
poderes público municipais projeto-lei de criação do Conselho Municipal dos
direitos da pessoa com deficiência vem sendo cumprido à risca e foram entregues
nos seguintes municípios: Uiramutã, Mucajaí, Iracema, Caracaraí, Rorainópolis e
Presidente Figueiredo. Em Boa vista participei da reunião da Câmara Municipal e
durante minha fala cobrei dos vereadores ações que levem às autoridades
executivas daquela capital a destruição das barreiras arquitetônicas que estão
espalhadas por toda a cidade. Em uma delas, o maior absurdo: ao final de uma
faixa de pedestre existe um muro de quase meio metro de altura”. Finalizou Zé do
Pedal, cujo projeto mostrará ao povo brasileiro um erro histórico: o Brasil não
vai, como muitos aprenderam na escola, do Oiapoque ao Chui. Senão: Do Caburaí ao
Chui. “Em algumas escolas que tenho visitado, os professores de geografia ainda
ensinam errado às nossas crianças que os pontos extremos do Brasil, em se
tratando de Norte e Sul, são Oiapoque e Chui. Até presidentes cometem o erro.
Espero que meu projeto contribua um pouco nessa mudança de informação”.
No decorrer da próxima semana o ativista espera poder
usar a tribuna da Assembléia Legislativa do Amazonas e expor aos parlamentares
do estado os objetivos da caminhada.
Daqui, Zé do Pedal segue até Belém em barco e depois
segue sua jornada pelo litoral até Salvador.
Durante a caminhada, que terá um ano de duração e
culminará em fevereiro de 2015, na cidade de Chuí, fronteira Sul do Brasil com
Uruguai, serão dados 150 milhões de passos, serão distribuídas cartilhas, em
formato digital, sobre a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, e, ao mesmo tempo, em parceria com os Lions Clubes do Brasil e ONGs
realizar projetos e palestras em escolas nas comunidades visitadas visando
atrair a atenção sobre um dos principais problemas que afetam às pessoas com
necessidades especiais: as barreiras arquitetônicas.
De acordo com o ativista, o projeto, tem como objetivo
precípuo entregar, nas Câmaras Legislativas dos Municípios a serem visitados,
uma proposta de Projeto-Lei sobre Normas de Acessibilidade e outra para a
criação de Conselhos Municipais dos Direitos da pessoa com Deficiência e o de
conscientizar as pessoas, principalmente aquelas com poderes de decisão, a terem
mais respeito com as pessoas deficientes (hoje em dia podem-se ver pessoas em
cadeiras de rodas impossibilitadas de entrar em um banco ou setor publico, por
falta de rampas de acesso ou de elevadores). E, projetar uma imagem diferente
das pessoas com deficiências que não gere pena, senão Igualdade - Dignidade –
Respeito, pois apenas eliminando as barreiras arquitetônicas e sociais que
dificultam às pessoas deficientes a participarem ativamente em todos os aspectos
da vida social teremos um mundo mais justo e mais humano.
Porque Caburai ao Chui?
Com
1.456 metros de altitude, localizado a 325km de Boa Vista, o Monte Caburaí, o
ponto mais extremo ao norte de nosso país. Localizado no município de Uiramutã,
dentro do Parque Nacional do Monte Roraima faz fronteira com a República
Cooperativista da Guiana. Em 1930, o Marechal Cândido Rondon organizou uma
expedição ao Monte Caburaí e chegou a afirmar que se tratava do extremo norte do
Brasil, mas mesmo assim, aquelas terras permaneceram por muito tempo esquecidas
e o brasileiro aprendeu, erradamente, que o Brasil ia do Oiapoque ao
Chui.
A idéia do projeto nasceu em junho de 2008, durante a
viagem rumo a Johanesburgo, quando, na passagem pela cidade de León, no “Caminho
Francês”, da rota de peregrinação de Santiago de Compostela, em um dado momento
escutei uma voz feminina dizendo: "No puedo" (não posso). Era uma jovem em uma
cadeira de rodas tentando subir um pequeno passeio de 15 cm de altura. “Aquela
cena me chocou de uma maneira tal que me fez começar a refletir sobre a situação
das pessoas com necessidades especiais no meu País, onde, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-2000) e do Banco Mundial, existem
cerca de 24.5 milhões de portadores de alguma forma de deficiência. Em miúdos,
14,5% da população”.
O projeto buscará, ainda, estimular os municípios a
promoverem programas de sensibilização sobre as condições das pessoas com
deficiências e os seus direitos; conscientizar a população quanto ao respeito em
relação às pessoas fisicamente incapacitadas; fomentar em todos os níveis do
sistema educativo o respeito ao direito das pessoas com deficiência; incentivar
a sociedade à reflexão sobre a realidade dos deficientes, contribuindo, assim,
com a redução do estigma, da discriminação e da marginalização das pessoas com
mobilidade condicionada e outras deficiências; sugerir normas técnicas, visando
à eliminação de barreiras urbanísticas e arquitetônicas nos edifícios públicos e
privados, equipamentos coletivos (banheiros, caixa automático, etc.) e via
pública; e, chamar à atenção, ao longo dos 10.700km, sobre as barreiras
físico-urbanas encontradas em nossas cidades e injustamente impostas aos
deficientes.
Quem é Zé do Pedal
145.000km de pedaladas ao redor do mundo
Fotógrafo, técnico em turismo, ativista social,
ambientalista e ciclista, o mineiro de Guaraciaba e cidadão honorário de Viçosa,
José Geraldo de Souza Castro, realiza, há 30 anos, inusitadas aventuras ao redor
do mundo.
A historia do Zé do Pedal começa em novembro de 1981,
quando decidiu viajar do Brasil à Espanha, em bicicleta, para assistir a copa do
mundo de futebol “Espanha ‘82”, onde a Seleção brasileira, igual que em
Joanesburgo, não teve lá muita sorte. E em uma tarde gris, na cidade de
Barcelona, o Brasil caia aos pés da Itália, dando adeus ao sonho do
Tetracampeonato. A bordo do transatlântico que o levou de volta ao Rio de
Janeiro, Zé do Pedal foi sonhando com uma volta ao mundo em bicicleta. Pronto, a
partir dai, não parou mais. Daquele longínquo novembro até hoje, visitou 73
paises em cinco Continentes, percorreu 145.000km a “base de pedaladas”, assistiu
a três copas do mundo de futebol, passou por quatro guerras civis, enfrentou
chuvas monzonicas, terremotos, sobreviveu a cinco furacões. venceu uma maratona,
em Lima, Peru. Visitou ilhas paradisíacas e conheceu os sofrimentos de crianças
e adultos em campos de refugiados da guerra do Vietnam. Uma guerra absurda, que
ao final só deixou destruição e morte. Conheceu a seca, a fome e a miséria dos
povos da África e do povo nordestino. Viu sorrisos de crianças brincando as
margens do “Velho Chico” e lágrimas nos olhos do barranqueiro ao ver o leito do
rio quase seco. Visitou lugares que marcaram a historia, como: Torres Gêmeas,
Pirâmides do Egito, Partenon de Atenas, Torre Eiffel, Taj Mahal, a ponte sobre o
Rio Kwai-Ai, Torre de Pisa, e tantos outros. Enfim, suas viagens foram grandes
aulas de geografia, historia e, principalmente, uma aula de vida.
As viagens, e os projetos sociais, do Zé do
Pedal.
- De bicicleta até a Copa do Mundo (1981/1982) - Saindo
do Rio de Janeiro, ele atravessou a América do Sul, Central e do Norte, voou até
a Inglaterra e foi pedalando pela Europa até a Espanha. Minutos antes da chegada
dos jogadores para a Copa de 1982, chegou de bicicleta em frente à concentração
da seleção brasileira. Este fato chamou a atenção de jornalistas do mundo
inteiro, fazendo-o ganhar notoriedade no Brasil. Foi neste momento que ele
recebeu o apelido de Zé do Pedal.
- Volta ao mundo de bicicleta (1983/1986) - Logo que
retornou da Espanha, decidiu dar a volta ao mundo de bicicleta. Nesta viagem,
divulgou uma campanha de Combate ao Câncer nos 54 países pelos quais pedalou. O
fim da aventura se deu no México, onde novamente assistiu a uma copa do mundo de
futebol.
Japão em um velocípede (1985) - Durante a “Volta ao
Mundo”, cruzou o País do Sol Nascente em um velocípede infantil, enquanto
chamava a atenção da mídia para a condição das crianças na Etiópia.
- De Chuí a Brasília em um velocípede (1987) - Após
conhecer o mundo, Zé decidiu viajar pelo Brasil. Optou, novamente, pelo
velocípede, ecruzou o Brasil para chamar a atenção dos parlamentares
constituintes para as condições sub-humanas das crianças do nordeste.
- América do Sul em uma motocicleta (1996) - Em uma
motocicleta, percorreu 8 países da América do Sul: Equador, Peru, Chile,
Argentina,Uruguai, Brasil, Paraguai e Bolívia. A viagem foi uma comemoração do
seu vice-campeonato de motociclismo no Equador.
- Pedalando no Velho Chico (2002) - Viajou por todo o
Rio São Francisco, em um barco tipo pedalinho, de Três Marias (MG) até o Pontal
do Peba (AL). Nesta viagem, procurou chamar a atenção do país para a poluição do
Rio São Francisco.
- Da Liberdade ao Cristo (2004/2005) - Saindo da estátua
da liberdade, em Nova Iorque, Zé tinha o objetivo de chegar ao Rio de
Janeiro,percorrendo a costa litorânea das Américas em um barco a pedal. Nesta
aventura, buscava alertar a comunidade internacional para a poluição das águas
do planeta. Entretanto, na cidade de Dzilam de Bravo, no México, 18 meses depois
da partida, sua embarcação sofreu danosirreparáveis ao enfrentar o furacão Rita,
impedindo o término da viagem. Dos 23 mil quilômetros programados, pedalou cerca
de 10 mil.
- Zé do Pedal 50 anos (2007) - Na comemoração de seus 50
anos, construiu uma embarcação a pedal feita com garrafas pet, um quadro
debicicleta encontrado em um lixão e algumas barras de aço. Com ela, realizou
uma inusitada travessia da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, para chamar a
atenção para a poluição das águas e a importância do Protocolo de
Kyoto.
- Extreme World (2008/2010) - Em um kart a pedal, viajou
da França até a África do Sul. Nesta aventura, de cerca de 17 mil
quilômetros,divulgou uma campanha internacional de combate ao Glaucoma e à
Catarata em países pobres.
- Projeto atual: “Extremas Fronteiras, Barreiras
Extremas” - Cruzada pela Acessibilidade – É uma caminhada, de 10.700km, dando
150milhões de passos, empurrando uma cadeira de rodas, saindo de Uiramutã, (RR)
fronteira norte com a Venezuela, até Chui (RS). Visitando 327 cidades de 20
estados, visando conscientizar o povo brasileiro sobre um dos principais
problemas que afetam às pessoas com deficiência: as barreiras
arquitetônicas.
Contatos Zé do Pedal: 031-86003001
Saiba mais: www.zedopedal.com.br
Dados da caminhada
Projeto: “Extremas Fronteiras, Barreiras Extremas” -
Cruzada pela Acessibilidade
O que é: Uma caminhada, empurrando uma cadeira de
rodas
Começo: 10 de Fevereiro de 2014 do município de
Uiramutã, (RR)
Término: Março de 2015, no município de Chui
(RS)
Distância percorrida: 1.070km.
Distância total a ser percorrida: 10.700km
Amigos e empresas que colaboram com o
projeto: Ângelo Chequer, Interminas, Abrozza Confecções, Bulk Jet,
Sup. Amantino, CEMIG, Mundial Parque Hotel, A Mundial
Calçados,
Se estivermos na direção certa, tudo
que precisamos fazer é continuar
caminhando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário